segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Últimas considerações (I)

Oficialmente, o Dakar 2009 terminou ontem, com um circuito na cidade de Buenos Aires. Mas seus vencedores já eram conhecidos desde sábado, dia da chegada à capital da Argentina.

Marc Coma não foi nenhuma surpresa. O espanhol liderou de ponta a ponta o rally, terminando com uma com uma vantagem de 1h25min38 para Cyril Despres. Apesar do começo ruim, sua chegada ao segundo lugar também não foi tão surpreendente. Triste para Fretigne, que poderia conseguir o vice-campeonato e incomodar, ao menos um pouquinho, a austríaca KTM.

Nos carros, a disputa isolou-se no duelo Volkswagen x BMW, que se encerrou no 6° estágio, com Nasser Al Attiyah e Tina Thorner sendo desclassificados. O novo carro da Mitsubishi, que prometia ser um grande boom para esta edição, ficou só na promessa. O único carro que completou, de Nani Roma e Cruz Senra, chegou em décimo. Com tudo isso, a Volkswagen conseguiu seguir tranqüila para a vitória, primeira como equipe oficial e segunda da marca. Melhor ainda, levou dobradinha, com Giniel De Villiers/Dirk Von Zitzewitz em primeiro e Mark Miller/Ralph Pitchford em segundo. Alguém lembrou do Sertões?

O grande destaque da categoria ficou para a terceira melhor dupla: Robby Gordon e Andy Grider. Os estadunidenses fizeram um Dakar excelente, mantendo constância e contando um pouco com a sorte - Sainz e Roma tiveram problemas e saíram do top 5. Rally é isso: piloto, navegador, carro, equipe e sorte. Mas não foi apenas sorte. Meu pai diria que, para a terceira posição "cair no colo" dos dois, eles tiveram o mérito de estar em quinto. Merecem parabéns pela prova que fizeram. Se a Volkswagen era uma "escolha óbvia" para o título na ausência da Mitsubishi, o Hummer não se encontrava neste setor de obviedade. Fizeram bonito e, quem sabe daqui a algum tempo, esta dupla não se torne uma "escolha óbvia"?

Entre os quadriciclos, confesso: perdi todo o tesão quando Collet saiu, mas continuei acompanhando. Com Declerck e Gonzalez fora do páreo, ficou fácil o caminho de Machacek para o título: o tcheco terminou a prova com 2h34min de vantagem para Patronelli, segundo colocado!

A melhor disputa desta edição foi a dos caminhões. Até o último metro, o resultado na categoria ainda era indefinido. Na penúltima etapa, Kabirov conseguiu assumir novamente a primiera colocação com uma vantagem de três minutos para Chagin: disputa russa. A melhor foi para Kabirov, que conseguiu abrir mais 49 segundos e levou o título.

Zé Hélio, Rodolpho Mattheis, Jean Azevedo/Youssef Haddad, Paulo Pichini/Lourival Roldan e André Azevedo/Maykel Justo/Mira Martinec representavam a "seleção canarinho" na chegada - com exceção de Martinec, tcheco.

Nas motos, Hélio, constante, manteve-se na 12ª posição. Mattheis, por sua vez, teve um belo crescimento durante a prova e terminou na 31ª colocação. Entre os carros, Azevedo e Haddad fizeram um rally excelente, mas infelizmente contaram com problemas nas últimas especiais. A gota final foi o motor fundido no último dia, que obrigou os brasileiros a esperarem pelo reboque de André. Mesmo com os problemas, caíram apenas três posições, terminando em 23°. Pichini e Roldan também apresentaram problemas, só que no começo do rally. Com isso, puderam recuperar o tempo perdido e completaram em 65°. Por fim, André e seu grupo chegaram em sexto, com um final de prova admirável: com a colocação praticamente garantida, eles pararam na última especial para ajudar Jean e Youssef, rebocando a dupla até o final.

Nenhum comentário: