quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Até tu, Gabriel?

Estava na sala de imprensa do Salão, era perto de seis da tarde. Toca meu celular.

"Alô?"

Do outro lado, uma voz de criança. De menino. A única criança que ligaria no meu celular é minha irmã.

Aí deu o clique.

"Gabriel?"

Gabriel Pandini, o dono do Saco de Batatas. Me ligando para falar de quem?

"Eu fiquei sabendo que você gosta do Kovalainen! E minha mãe chamou o Kovalainen de frango caipira, né?"

Alê, Panda, meu pai. Agora até tu, Gabriel?

domingo, 26 de outubro de 2008

Troy Bolton é Jack Sparrow

A fila de Piratas do Caribe 3 foi um show a parte. Assim que abriram a porteira... quer dizer, assim que a fila foi liberada, aquele mundo de pessoas começou a andar desgovernadamente, todos só com um objetivo: chegar antes que todo mundo. Assustada, segurei a mão da minha amiga e deixamos que a multidão nos arrastasse. O filme, claro, era uma desculpa de 9 entre 10 meninas para verem Johnny Depp - convenhamos, o cara é fantástico no papel de Jack Sparrow (não que elas estivessem interessadas na atuação...)

Achei que aquele era o ápice, o clímax da minha vida de estréias. Enganei-me.

Quando entrei no cinema do Eldorado, me espantei. Um bando de crianças amontoavam-se na fila para High School Musical, meninos e meninas vestidos como os personagens, loucura, loucura, loucura! Pior que as filas de Harry Potter! Pior que Piratas do Caribe!

Entrei na sala e encontrei minha mãe e minha irmã em duas poltronas do canto. A sala parecia um verdadeiro campo de guerra. Crianças gritavam, subiam, desciam as escadas.

Durante os trailers, um garoto ainda agitou: "Qual é o time?" E os outros respondiam "Wild Cats!" Fiquei esperando a Ola - não veio.

Logo na primeira cena do filme, lembrei de Jack Sparrow. Aparece o rosto de Troy Bolton preenchendo a tela inteira, o cinema vai à loucura. "Aaaaaaaaaaah!" Aquele monte de menina começa a gritar, tal qual em Piratas do Caribe, quando Johnny Depp aparece com o peito desnudo.

O filme foi inteiro assim. Gritos, gritos, gritos, "pissssssh". Dublado, ainda, o negócio piorava. Acabou, as meninas continuavam a gritar. Sei lá, acho que a Vanessa Hudgens não causa tanto rebulício quando Zac Efron. Ou mulher que é mais escandalosa mesmo - e acho que essa alternativa é a correta, já que, em Piratas, quando Keira Knightley apareceu, nenhum homem começou a fazer escândalo.

Ah, sim! High School Musical conseguiu passar muito bem de filme com orçamento baixo para super produção. Continua sendo o filme inocente para crianças, com muita música, dança e escolas sem aula. Eu gostei.

Genoíno, Genoíno... (2)

No dia doze de maio, cruzei com José Genoíno pela segunda vez.

Na sexta-feira, estava indo do trabalho para o Shopping Eldorado. Fiquei um tempão parada entre o último ponto da Consolação e o primeiro da Rebouças. Atrasada, desci na Clínicas e fui pegar um táxi.

O sinal fechou, olhei para trás e ali estava ele! Camisa branca listrada de rosa, dentro de um Fox. Não consegui acreditar. Só fiquei convencida quando vi meia dúzia de pessoas acenando para o cara.

Se ao menos fosse............... alguém me fala o nome de um deputado bonito?

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Fedeu

Há seis anos atrás, algum elemento resolveu criar uma piada - que, diga-se de passagem, é divertidíssima - a respeito do GP da Áustria de 2002. Para quem não se lembra, essa foi aquela corrida do dia das mães, em que Barrichello deu passagem para Schumacher. E para quem está com preguiça de entrar no site, a piada basicamente descreve um diálogo entre Barrichello, Jean Todt, um suposto Karl Scheister e D. Idely, mãe do piloto brasileiro. Na conversa, Todt pede que Rubens dê passagem para Schumacher. Tendo o brasileiro se negado a fazer isso, coloca Karl "na linha" - lembre-se, Rubens estava no meio da corrida. O cara começa a ler as cláusulas do contrato e ameaça tirar Lulu de Rubens - sim, Lulu é uma cadela. Depois, colocam D. Idely no rádio, devidamente seqüestrada, vendada e desesperada. O desfecho, vocês já sabem. Lembrem-se do que falei acima: isso é uma piada.

Lemyr Martins era um cara que, para mim, nem cheirava nem fedia. Por muitos, era tido como um grande jornalista, um mestre, um veterano, blá, blá, blá.

E o que o cu tem a ver com as calças, perguntam vocês.

Pois bem.

Há algumas semanas, Panda veio me contar um fato curioso: um leitor do GP Total perguntava sobre o diálogo ocorrido durante a corrida supra-citada e revelado em um livro. Ele foi conferir. E a história que ele contou foi tão absurda que também fui atrás da publicação.

Rolei de rir quando li, nas páginas do livro "Histórias, Lendas, Mistérios e Loucuras da Fórmula 1", do glorioso Lemyr Martins, a tradução daquela piada. Claro, na época eu não tinha idéia de que era uma piada, achava que o próprio Lemyr havia inventado e publicado como verdadeira. Mas o negócio era tão absurdo, mas TÃO absurdo, que não tinha como acreditar nisso!

Não comentamos nada. Vez ou outra colocávamos "salve a mamãe!" ou "a Lulu não!" no meio de uma conversa, mas o negócio morria ali. Virou motivo de chacota.

A coisa fedeu.

O Lance! publicou o texto ontem a noite. Mais que rapidamente, Ivan Capelli deu uma googlada no tal Karl-tanto-faz e descobriu o diálogo original - aquela piadinha do começo do post. Divulgou o fato em seu blog. O negócio caiu na rede: Victor Martins, Flávio Gomes, Panda, Rodrigo Mattar. Todos comentam - com mais propriedade que esse projeto de jornalista que vos fala - o causo. O Grande Prêmio colocou como chamada principal.

Antes mestre, Martins - o Lemyr, não o Victor - mostrou-se um verdadeiro charlatão. Não consigo achar palavra que defina o que ele fez. É um absurdo, um desrespeito com todos que, de alguma forma, estão relacionados à história - seja como personagem, seja como leitor. É uma filha-da-putice de maior escala. É um desfavor para a classe jornalística. É nojento.

O negócio fedeu para Lemyr Martins. Bem feito.

PS: não deixem de ler o diálogo - na internet, por favor, não indico tal publicação! Dei altas risadas!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Não rola

Felipe Karyne acaba de me mandar um e-mail. Diz que adorou a nossa conversa no bate-papo e me mandou algumas fotos suas para "ver se rola".

Não entro em sala de bate-papo desde os meus doze anos. Poxa, Felipe! Você sempre foi atrasado desse jeito?

Frase do dia

"Agora sim eu posso dizer que o Kovalainen não tem peito para Fórmula 1" (LAP)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Franguinho Caipira

Quando eu confesso que Heikki Kovalainen não tem muita serventia, é que o negócio está sério.

Pois a Alê pisou com salto fino no finlandês. Sim, eu já tinha visto as tais fotos da propaganda da McLaren. E sim, tinha me decepcionado com o que vi. Era o que restava do Kovalainen: sua beleza física. Mas...

E por que a Alê pegou pesado? Porque ela resolveu colocar as fotos na blogosfera! E ali está Heikki Kovalainen, peitoral de frango caipira, no blog da jornalista.

Mas não precisam reparar nele, não. Hamilton vale mais a pena.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Há finlandeses e finlandeses....

Os dois finlandeses da Fórmula 1 deste ano estão em situações bastante parecidas - o que coloca os dois postulantes ao título também em situações semelhantes. Calma, sei que Hamilton depende de muito menos para ser campeão - são sete pontos, afinal, e sete pontos não são pouca coisa. O que digo é que os dois, para vencer, não podem pensar em depender de seus companheiros de equipe - Raikkonen e Kovalainen.

Na Ferrari, temos Raikkonen. Inconstante e imprevisível. Já falei, com ele só acredito vendo. Não creio que vá fazer um mínimo esforço para ajudar Massa. No máximo, tirar o pé. E acho que já é querer demais dele!

Do outro lado, Kovalainen. Ele, coitado... nem se quisesse. Fez um campeonato bem ruinzinho, tendo como ponto alto uma vitória que caiu em seu colo. Contar com um piloto que tem os resultados que teve neste ano com uma McLaren é dar um tiro no pé.

Com isso, seja por falta de vontade ou falta de pilotagem, os dois têm mais coisa em comum além da nacionalidade: são coadjuvantes com poucas chances de ajudar os protagonistas.

domingo, 19 de outubro de 2008

Aula de literatura

O ano, 2003. O mês, agosto.

Foi ali que voltei a acompanhar a fórmula 1. Na época, Michael Schumacher desfilava toda sua supremacia pelas pistas do mundo. Naquele mês de agosto, lá pelo dia 20 e alguma coisa, Fernando Alonso venceu sua primeira prova, na Hungria. Foi quando achei que o mundo da F1 tinha solução, Schumacher não reinaria para sempre. Um pouco mais de dois anos depois, o espanhol era coroado como campeão, e eu gritava pela casa de felicidade.

Eu estava na oitava série quando Alonso ganhou pela primeira vez. Naquela época, estudávamos em literatura poesia surrealista - até hoje tenho que esse tipo de poesia é uma arte meio fumada. Professores de literatura/redação e de educação artística estão sempre tentando criar novos escritores e artistas plásticos. Pois a professora inventou que todo aluno deveria criar poesias surrealistas. As melhores seriam expostas na mostra cultural. Fiz quatro, uma delas eleita para figurar no evento. Não era a que eu queria, confesso. Aquela era em homenagem a um amigo meu, bem bonita, mas a que mais gostei foi outra. E, se a minha professora não soube apreciar tal forma de arte, deixo para vocês a minha obra-prima:

Sem título

No chão, a terra
No asfalto, um rosto bonito
Uma roda voa no ar
Com suas asas de metal
Aplausos para o jovem
Banhado em champanhe
Salve Alonso! Salve a Espanha!

O erro que não veio

Não sei se vai ser exagero meu, mas acho que a maioria das pessoas assistiu ao GP da China crendo em lambança de Lewis Hamilton. Pois é. Não veio. O inglês liderou de ponta a ponta a corrida chata.

Ouvi o GP do conforto da minha cama, sempre preparada para sair correndo pra sala e ligar a tevê. O momento não veio, a prova foi um saco e eu me poupei de sofrer com o frio da madrugada.

Eu também esperava um erro de Hamilton logo no começo. Pela cagada da China, achei que o cara ia ver de novo e de novo o filme de 2007. E, tentando ao máximo não repeti-lo, faria tudo igual. Não fez. Mas não estou convencida. Hamilton está - novamente - com os nove dedos na taça. Ora, ele também estava no ano passado, não estava? E aí? Manterá a disciplina que o engenheiro da McLaren ressaltou no final da corrida? Ou repetirá a dose de 2007?

Ele só precisa de um quinto lugar no Brasil para ser campeão. Mas, para um piloto afoito como ele, um quinto, nessa situação, pode não ser das coisas mais fáceis.

Em tempo: confesso, com Kimi Raikkonen eu costumo lidar assim: só acredito vendo. Por isso fiquei com o pé atrás quanto à história dele deixar Massa passar. Por mais que concorde com o Cacá Bueno - ele é um funcionário da equipe e, como tal, deve lutar pelo triunfo do time, não pelo seu prório -, sei não...o cara é meio imprevisível. Achava mais fácil ele ajudar Massa sem querer - de repente, ele tentava uma passagem sob Hamilton e fazia lambança - do que fazer um jogo de equipe. Bom, parece que eu estava errada.

Em tempo²: a Alê acabou com a moral - ou o que restava dela - do Kovalainen durante a transmissão da BandNews. E o pior de tudo: eu concordo. Por isso, repito o que ela já falou: parabéns, Kovalainen. Mas só pelo seu aniversário.

sábado, 18 de outubro de 2008

Sinceridade é tudo

"Boa noite, moça! Eu sou mulata, mas eu não sou ladra. Eu moro na rua, ali embaixo do viaduto. Fui pra noite e agora queria ficar de ressaca em casa. Eu já tenho 60 centavos, a senhora não pode contribuir com algumas moedinha? Minha mãe não sabe que eu moro na rua, queria curtir a ressaca na minha casa."

Atônita, acompanhei com os olhos a mulata com brinco de pena tentar a sorte com duas garotas.

E...2000?

Ao que parece, esse blog passou as barreiras dos dois mil acessos.

O Pitacos nunca foi um blog muito ambicioso. Foi criado em uma época em que, pré-vestibulanda, estava afastada do rally. Também queria soltar algumas palavras sobre Fórmula 1 e afins, mesmo que não fosse muito a minha praia - ok, continua não sendo, mas eu melhorei, vai!

Acabou que usei esse espaço para despejar tudo quanto é porcaria que vinha à minha cabeça. De baboseiras a assuntos um pouco mais sérios. Entre isso tudo, sempre o esporte a motor.

Coloquei o contador de acessos mais por diversão própria do que qualquer outra coisa. É curioso ver que algumas pessoas estão dispostas a gastar alguns minutos do seu dia para ler as coisas que escrevo aqui.

Segundo o Hit Counter, ontem 120 pessoas acessaram esse blog. 120? O número me pareceu absurdo demais. Como hoje voltou à quantidade normal, acho que essa mais de uma centena é um lapso, uma pane no sistema. Então, não sei bem ao certo se comemoro ou não.

Pensando bem, vou começar a postar mais fotos do Alonso aqui...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Maria Gasolina



Vai ser lindo assim em Xangai!

Crédito da foto: Tazio

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Cadê as latas de lixo de São Paulo? (2)

Em abril, fiz um post sobre a falta de latas de lixo em São Paulo.


Pois segunda-feira, caminhando pela Paulista, logo no comecinho da avenida, achei isso:



Jogada assim, a lata de lixo parecia um morto no meio da calçada. Mais para frente, um homem colocava outra lata de volta ao seu lugar.

Achei as latas de lixo de São Paulo. Estão por aí, jogadas no chão, obra de algum filho-da-puta que gosta de destruir o patrimônio público.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

O salto

Nunca fui muito consumista. Consigo perfeitamente viver sem, a cada semana, adicionar uma peça nova ao meu guarda-roupa. Claro, todo mundo tem suas fraquezas. Eu, por exemplo, não posso sair de uma livraria se sacola. Da última vez que fiz isso... bom, deixa pra lá. Só digo que Pierre Lévy ficou feliz comigo.

Pois hoje caminhávamos, eu e a Aline, alegres e contentes pelo Shopping Paulista. Eis que ela surge. Linda, um salto fininho e todo trabalhado, preta, de cetim.

Usei como desculpa o Salão do Automóvel, daqui a menos de duas semanas, mas poderia ter usado a festa no dia onze ou o casamento no dia 29. Tantúfas. Foi arrebatador, amor à primeira vista, qualquer coisa viraria desculpa.

Pedi ao vendedor o tamanho 33. Aí estava o principal obstáculo. Tenho pé de Cinderela, quase nada cabe. Por isso uso sempre tênis, tênis eu posso comprar tamanho infantil e ninguém vai notar - ok, agora todo mundo vai começar a olhar para meus pés. Tipo aquele episódio do casamento do Chandler e da Mônica, quando descobrem que o Joey tem pé pequeno, sabe?

Então eu tenho um pé minúsculo. Pra vocês terem idéia, tenho um sapato social, uma sandália de festa e uma bota de salto fino. Ponto final. Por isso raramente me apaixono perdidamente por um sapato. É quase um amor impossível, que quando começa você já sabe que vai acabar em merda.

O cara veio com o número 34. "É grande", disse Aline. Concordei, sorumbática. O negócio parecia enorme para os meus padrões pesísticos.

Pois calcei-o mesmo assim.

É difícil descrever essa sensação. Você se olha no espelho e diz: "Uau!" É como se, a partir daquele momento, o mundo estivesse em suas mãos - claro que, dependendo do sapato, um tempo depois você nem vai se lembrar do mundo em suas mãos. Só vai pensar no pé e naquela dor insuportável.

"Um bom salto escolhe você, e não o contrário", diria Manolo Blahnik (dá uma googlada, dá). E aquele salto definitivamente me escolheu. Tanto é que, logo que cheguei no escritório, estiquei a peça para o Pandini. "Bonita". Homem não sabe dessas coisas.

Deixei-a ao meu lado, como se fosse um bibelô. Linda, linda.

Quando a Alê chegou, mostrei a sandália, toda feliz. Ela me entende. Te empresto de vez em quando, tá?

ps: sim, eu sei andar em um troço desses! "Andar de salto alto é como andar de bicicleta", diria Camilla Morton.

pss: e sim, ela está ao meu lado nesse exato momento. Linda. Maravilhosa.

Ai... tô apaixonada...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Horário de Verão?

O laptop mostrava uma hora a mais. Mudei. Ele mudou. Mudei. Ele mudou. Mudei - e hoje ele já deve ter mudado.

No trabalho, a mesma coisa. Nem mexi.

Ligaram para cá, "são 16h21, né? Ah, não, desculpa, são 15h21!" O relógio do computador da moça também tinha mudado, provavelmente.

Por que essas porcarias resolveram adiantar em uma semana o horário de verão?

domingo, 12 de outubro de 2008

Outra vez Tião

Sébastien Loeb levou mais uma. Faturou pela trocentésima vez a Tour de Course - mesma prova em que morreu, doze anos atrás, aquele que seria um dos maiores pilotos de rally. Com isso, Tião - e Elena, seu navegador há mais de dez anos - conquista sua 46ª vitória em WRC. Caminha fácil para o quinto título mundial. E, de quebra, será o maior vencedor de campeonatos da história - e acho que deixar Juha Kankkunen e Tommi Makinen pra trás não é pra qualquer um.

Mas Sébastien Loeb, sabemos, não é qualquer um.

Dose dupla

Não assisti à corrida, mas pelo que li, Hamilton gostou tanto do final da temporada passada que está pensando em repetir a dose neste ano...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

A favor dos Glutões

Venho adiando um post a várias semanas. Já tem até um título, "glutões imperialistas", mas o meu lado PETA - ia usar Greenpeace, mas não gosto do Greenpeace, me ofendi outro dia na faculdade por me chamarem de Greenpeace - falou mais alto.

Apesar do nome feio, o Glutão é um mamífero onívoro que, segundo a wikipedia, se assemelha a um pequeno urso. Mas no artigo aparece aquele negocinho de texto pouco confiável, e é mesmo, porque o glutão se parece mais com um guaxinim gigante. O bicho que teoricamente foi inspiração ao Wolverine - carcaju, outro nome que o Glutão tem, em inglês é wolverine, mas não vejo semelhança entre eles - está em extinção.

Então fiquei com dó de chamar os estadunidenses de glutões - nenhum animal merece tal insulto.

Pensei em porcos, mas lembrei que, quando era criança, queria ter um leitão (também queria ter uma raposa vermelha, um tuiuiu, uma jaguatirica, mas isso não vem ao caso). O lado sentimental falou mais alto.

Baleia também não ficou. Pobres baleias. Se os caras do Greenpeace se colocam na frente delas, elas devem ser importantes pra chuchu - eles só fazem isso com coisas importantes. Os glutões, por exemplo, não mereceriam esse apoio.

Depois de tudo isso, ficaria quase que carinhoso chamar esses caras de glutões.

Maldito PETA.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Sébastien "Schumacher" Loeb

Lá em fevereiro, escrevi sobre como o ano começou mal para Sebastien Loeb. Naquela ocasião, o francês estava em terceiro no campeonato, empatado com Latvala - que acabara de ganhar sua primeira prova - e atrás de Hirvonen.

A tabela mudou. Sébastien Loeb está doze pontos à frente de Hirvonen, tem nove vitórias em doze provas e caminha para o penta-campeonato.

Já faz algum tempo que comparo-o a Michael Schumacher. Pelas quebras de um monte de recordes? Talvez. Sébastien já bateu uma série deles - não chega aos pés de Michael Schumacher, mas o francês ainda tem muito chão pela frente. Não é pela carreira vitoriosa, porém, que Loeb e Schumacher são tão parecidos na minha cabeça.

Lembro de quando ele ganhou o primeiro WRC, em 2004. Campeão de ginástica, comemorou dando alguns mortais. Mas acompanhar o campeonato nessa Era Loeb é quase tão sacal quanto a Fórmula 1 na Era Schumacher. Veja bem, eu disse quase!

Porque dos quatro campeonatos e meio - ainda faltam três provas para o final da temporada atual -, apenas dois foram ganhos com facilidade - aqueles em que competiu contra Petter Solberg e a decadente Subaru. Com a Ford ganhando espaço, porém, os dois últimos campeonatos foram disputados, com uma diferença de dois a quatro pontos. E o desse ano, bom... é só ver os resultados.

Mas mesmo com isso, existe aquela coisa de "ah, não, o Loeb ganhou de novo!", igualzinho a quando Michael ganhava outra e outra vez. O próximo campeão trará o mesmo ar de esperança que Alonso trouxe em 2005. Aquela coisa de "ufa, Sébastien Loeb/Michael Schumacher não é o único que pode ser campeão".

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Caveirão

Eu vi um Caveirão. Eu só tinha visto Caveirão em foto, uma vez a Piauí fez uma matéria sobre ele. Parece um carro-forte, aqueles de transportar dinheiro. Carro-forte eu já vi de monte. Caveirão, não.

Era perto das onze da noite, cruzávamos a Linha Amarela rumo a Jacarepaguá, Jacarepaguá em que eu nasci e vivi durante os três primeiros anos da minha vida. Foi ali no caminho que apareceu o Caveirão. Vinha correndo do outro lado da via, na direção oposta. Se ficou dois segundos no meu campo de visão, foi muito.

Não parece que tem alguém dirigindo o Caveirão. É um veículo grande e preto que se dirige sozinho.

Diversas outras coisas foram se acumulando à imagem do Caveirão: o sargento avisando que duas viaturas com o TRE estavam subindo o morro, as casas pintadas à vontade do CV e do Primeiro Comando. E o tanque.

Quando saía de lá, vi um tanque com o cano virado para a favela. Do lado dele, duas viaturas do exército. Parecia que só eu notava isso. Assim como só eu notei o Caveirão.

Foi a primeira vez que saí do Rio com o coração pesado. Aquela não é mais a cidade dos banhos de mar, dos passeios na Lagoa. Não é. A minha cidade virou - o quê? Não sei. Virou alguma coisa que eu não conheço mais, uma realidade que eu não conheço mais.

Queria que ela não precisasse de Caveirões.