sexta-feira, 22 de junho de 2007

Nem coisa nem gente

Se tem algo que me irrita profundamente é como são tratados os cães nos dias de hoje. Abro a Época, e está lá: os tratamentos de luxo que são dados aos cachorros. É revoltante: é hidratação, colocaração de pêlo e, vejam só, até pintura das unhas!

O problema aqui não está no QUANTO se gasta com os bichos, mas NO que se gasta. Se você tem dinheiro para gastar em veterinário com seu animal de estimação, por favor, gaste!! Se você pode comprar uma comida de boa qualidade, ossos para ele roer, brinquedos para rolar no chão, compre. Agora, gastar dinheiro com pingente de ouro, coleira com diamante? Pera lá!! Pra quê? Sinto muito, queridos, mas cães não se importam com isso. Tendo tigelinha de agua, de comida, uma caminha confortavel, espaço para brincar, ele já está muito satisfeito. E ele não é uma coisa para você simplesmente ficar enfeitando.

Mas tenho certeza que se alguém ler isso daqui, não vai mudar suas atitudes. É uma pena, mesmo. Cães não foram feitos para serem árvores de Natal. Nem gatos, ou chinchilas, ou ferrets, ou porquinhos da índia, ou canários. E falando em árvores de Natal, voltemos à reportagem da Época. Achei que nada mais me assustaria, mas fiquei impressionada com a hidratação e a "patacure". Vem cá. Alguém realmente acredita que o animal está feliz por estar enrolado numa capa térmica com cremes importados para hidratar os pêlos? Existe alguma pessoa que ache que o animal está passando "oba, vou ficar com os meus pêlos macios e sedosos"? Queridos, isso é coisa de ser humano!!

Quando compramos um bicho, nós não estamos comprando um vaso de planta, uma almofada, um pente, ou qualquer outro objeto. Nós estamos comprando uma vida, e devemos tratá-la como tal. Você levaria sua filha de cinco anos para fazer hidratação? (Espero que não seja ingenuidade minha pensar que não.) A lógica é a mesma, senhoras e senhores!! Depois o cachorro vai para a acupuntura porque está estressado. Sério mesmo que vocês não sabem porque ele está estressado?

Falam que o ser humano é mais inteligente que os animais, mas ainda não estou plenamente certa disso. Eles não precisam de todas essas coisas supérfulas que nós necessitamos para nos sentirmos felizes. Pra eles, um simples gramado com sol já está de bom tamanho. A simplicidade deles está muito além do que o nosso complexo raciocínio pode alcançar.

De vez em quando ele também erra

Não se fala em outra coisa. Lembram-se do kart que foi leiloado pelo eBay? Pois é... antes que fosse entregue ao vencedor, Lewis Hamilton fez uma pequena demostração com o veículo.

Só que o inglês cometeu um pequeno erro e bateu na barreira. Sim, exatamente. Lewsi Hamilton errou. E ainda bateu. Mas ele pareceu não se importar muito com isso. É...ele também erra.

Para ver o vídeo da batida no youtube, clique aqui.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Um recado aos fumantes

Na Veja São Paulo da semana passada saiu uma matéria a respeito de lugares em que cigarros não deveriam ser permitidos ou algo assim. Não consegui ler a reportagem inteira, pois a revista magicamente desapareceu. Pois bem. Na Vejinha dessa semana (que, aliás, também está desaparecida...) apareceram diversas cartas de pessoas elogiando a matéria. Porém, uma das cartas era de um revoltado fumante que falava que tinha o direito de fumar. Tenho de ser sincera: concordo com ele. Acho que todo fumante tem direito de fumar quantos maços quiser.

Se eles têm o direito de fumar, os não fumantes também temos o direito de não fumar. Mas parece que os certos fumantes não entendem isso!! Reivindicam o direito de acender o seu cigarro e não se preocupam se a pessoa do lado fuma ou não fuma!! Ah, e o argumento que usam é: os incomodados que se mudem. Parabéns, galera!! É pensamentos como estes que fazem com que a sociedade se torne cada vez mais decadente.

Vamos pensar o seguinte: um suicída, quando quer se matar, faz isso sozinho. Ele não precisa levar todos a sua volta. Senhores fumantes, se vocês querem encurtar cada vez mais as suas vidas e morrer de uma forma bastante dolorosa, façam isso sozinhos. Forçando um pouco a barra, argumento que todos nós temos direito à vida, e vocês não têm o direito de tentar tirá-la. Isso é homicídio!!

Algo menos exagerado seria dizer que todos nós temos direito a ser respeitados. Se não fumamos, nada acontece a vocês. Se vocês fumam, nossa asma ataca, começamos a tossir, ficamos sentindo aquele cheiro horrível em nossas roupas e cabelos. Se vocês querem ser chaminés ambulantes, não tenho nada com isso. Cada um faz a escolha que bem entender. O que não dá é vocês acharem que podem transformar toda a sociedade em fumante só porque não querem deixar de baforar na cara alheia.

Bom para ambos os lados:

Um amigo meu teve uma idéia maravilhosa. Chama-se "capacete para fumantes". Assim, quem não fuma não precisará sentir o cheiro dos cigarros e quem fuma poderá desfrutar de toda a deliciosa fumacinha da qual eles tanto gostam.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Epílogo

No post anterior, falava que o GP dos EUA deve ter sido chato.

Um amigo meu falou que não, o GP foi legal devido à retona que o circuito tem, que proporciona muitas ultrapassagens. Como disse, não vi a corrida, então não sei se foi chata ou boa. Apenas analisei o resultado e o comparei com o das últimas provas (excluindo o GP do Canadá). Bom...se foi legal ou não, já passou. E que venha Mangy-Cours!!

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Nos EUA

Na verdade, não tenho muito o que comentar sobre o GP dos EUA. Não assiti o treino classificatório, a prova em si, nem li nada a respeito. Só acho que Fernando Alonso deve estar se rasgando. Lewis Hamilton conquistou a segunda vitória seguida. O novato Lewis Hamilton. Quantos pontos a frente do companheiro da McLaren?? Dez.

Destaque especial para Sebastian Vettel. Entrou na prova de pára-quedas e já conquistou o seu pontinho. Isso porque o guri tem 19 anos.

Mas sei lá. De resto, me pareceu tudo normal e chato demais. Não assisti à prova, mas só o fato de os quatro primeiros da largada terem sido os quatro primeiro na chegada já faz pensar que essa prova não teve nada de mais.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Ainda sobre Fórmula 1

No Lance, hoje, a confirmação daquilo que falei no domingo (ontem, para ser mais exata...) e o que, óbvio, muita gente já sabe: a constância de Lewis (e um bom punhaado de sorte) acabará levando-o para a vitória no campeonanto. Analisando aquele gráfico dos quatro primeiros colocados no campeonato, vê-se:

Felipe Massa: 6º, 5º, 1º, 1º, 3º, desclassificado
Kimi Raikkonen: 1º, 3º, 3º, abandono, 8º, 5º
Fernando Alonso: 2º, 1º, 5º, 3º, 1º, 7º

E entre esses grandes nomes, está ele, o novato: Lewis Hamilton - 3º, 2º, 2º, 2º, 2º, 1º
Aliás...entre esse grandes nomes, não!! Acima!! Não esqueçamos que Lewis é líder isolado do campeonato, com 8 pontos de vantagem para Fernando Alonso.

Um quase ET, como diria Flávio Gomes.


Rapidinhas:

*Dos dez que sairam da prova, seis foram por acidente;
*Com a corrida do Canadá, a McLaren soma 88 pontos, 28 a mais que a Ferrari, segunda colocada;

*Robert Kubica teve alta do hospital e foi caminhando até o carro da BMW. E fala que agora vai se preparar para Indianápolis.

E para quem não se lembra (ou mais provavelmente não sabia), esse feriado também teve etapa do Brasileiro de Cross Country. A dupla campeã foi Felipe Bibas e Emerson Cavassin, seguidos por Ingo Hoffmann e Lourival Roldan. O rally teve um total de 14 carros correndo.

No caminhões, a vitória ficou para Carlos Salvini e Flávio Bisi, seguidos por Guido Salvini Neto e Weidner Moreira.

domingo, 10 de junho de 2007

GP do Canadá

Finalmente uma corrida que não dá sono. Porque, me desculpa, mas das cinco últimas corridas, pelo em três eu dormi no meio. Mas essa foi diferente, graças a Deus.

A largada, não vi, apenas ouvi pelo rádio. Lewis segurou a ponta. Acho que só muita má sorte iria tirá-lo do pódio. E Lewis Hamilton não tem má sorte. Nem muita, nem pouca.

O safety car entrou quatro vezes na pista. Uma delas em decorrência de um acidente grave. Para quem não viu, Robert Kubica bateu no muro de frente, decolou, capotou, bateu no outro muro e, finalmente, parou. Creio que não fui só eu que prendeu a respiração. Depois disso, apenas algumas notícias. Ele está consciente. Conversou com os médicos. Está bem. Quando Lewis ultrapassou a linha de chegada, chegou-se a falar de fratura de perna. Nada disso. De acordo com o boletim médico, o polonês torceu o pé. Esse daí nasceu de novo.

Justa a punição de Felipe Massa e Giancarlo Fisichella. E nem vem que não tem!! Não é só porque eu sou brasileira que vou ficar defendendo o cara quando não há nada para defender!! Nas imagens vemos o Robert Kubica parado, esperando a bendita luz, e Fisichella e Massa passando. Logo, quebraram as regras. E quem quebra as regras é punido. Simples assim. Claro, talvez essa regra seja idiota e inútil, mas no momento não estamos discutindo isso.

Se Fernando Alonso estava psicologicamente afetado por causa de Hamilton (pois não encontro outra explicação para a corrida que ele fez hoje) o azar é só dele. Fiquei triste apenas por só ter visto a ultrapassagem de Takuma Sato em cima do espanhol no Fantástico. Dá-lhe Takuma!!

Nick Heidfeld está fazendo um campeonato muito bom. O segundo lugar dele hoje ilustra bem isso. E para completar o pódio, Wurz. Uau.

E para terminar, o momento mais comédia do GP: Davidson chegou e ficou esperando a equipe para fazer o pit stop.

chega de anorexia!

"Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
É ela menina, que vem e que passa
Num doce balanço, a caminho do mar
Moça do corpo dourado
Do sol de Ipanema
O seu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que já vi passar."

Tom Jobim e Vinicius de Moraes ficariam horrorizados se fossem assistir a um desfile do Fashion Rio. É que as modelos do evento com certeza não se parecem nada com Helô Pinheiro.

A coluna da Mônica Bergamo de hoje é sobre o fato de o Fashion Rio preferir modelos com mais jeito de paulista do que de carioca. Entende-se como jeito carioca a mulher com a pele mais morena e com curvas. Jeito de paulista, a branquinha e magra. Aliás, uma correção: magérrima, esqueléletica.

No ano passado, o mundo se escandalizou com a modelo que morreu de anorexia. O que se viu após isso foi uma série de campanha contra meninas anoréxicas. Mas parece que tudo aquilo passou, e cá estão novamente aquelas meninas com corpo fora do normal. E o pior não é isso. Quando uma supre modelo "engorda" alguns quilos, a mídia cai em cima. Agora, o que define esse "acima do peso" da Gisele Bündchen? Sinto muito, senhor estilista, se você terá que gastar mais pano porque a Gisele está "acima do peso"! Sim, porque esse é o único motivo que encontro para que o padrão mundial seja as costelas aparecendo: menos pano para as roupas!

E não adianta, Giovanni Fráson, falar que as pessoas querem se tornar mais elegantes. Elegância não é sinônimo de anorexia. É uma vergonha que em plena Rio de Janeiro, cidade de praia, as meninas terem que ser branquinhas. O tempo passa, mas continuamos sendo "papagaios do exterior". Antigamente, eram os vestidos cheios de camadas. Hoje, as modelos sem curvas e sem cor. É essa a identidade fashion do Brasil?


E já qu estamos falando de moda, ridículo apedrejarem Camila Parker Bowles por usar a mesma roupa em dois eventos. O vestido era bonito, oras!! Se fosse um atentado à moda, até daria para entender. Mas para que comprar uma roupa se você só pode usá-la uma vez? (e sim, eu já usei um vestido em mais de uma festa. E daí?)

Prólogo

No começo do ano, todo mundo apostava em Fernando Alonso e Kimi Raikkonen. Eu achava que não. O cálculo era simples: Fernando estreava na Mclaren esse ano. Idem para Kimi na Ferrari. Logo, Massa tinha mais chances. E Lewis e Fernando seriam dois novos membros de uma equipe.

Na primeira corrida do ano, Raikkonen ganha. E lá, no terceiro lugar, Lewis Hamilton. Foi ai que o inglês começou a escrever sua história na F-1. Depois, segundo, segundo, segundo, liderança do campeonato na Espanha. Em Mônaco, segundo novamente, empate com Fernando Alonso. Parecia que faltava alguma coisa...

Pole e vitória no Canadá. Pegou, de novo, a liderança do campeonato. Verdade seja dita, Lewis ainda não teve má sorte do lado dele. De erro, só um, nos treinos livres, no circuito de Mônaco. Ele é o único que se mateve constante nessas seis etapas. Nenhum outro piloto conseguiu ir pro pódio em todas as provas. E isso Lewis tem a seu favor. Além de tudo, ainda tem a simpatia do público, talvez pelo seu jeito de menino.

Não me espantaria se ele fosse campeão esse ano. E podem ter certeza: as chances para que isso aconteça não são baixas.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Jacques Villeneuve, o cantor

Estava com problemas no som do computador. Agora que tudo foi resolvido, consegui ouvir o áudio do clipe de Jacques Villeneuve. Sim, sim... Jacques, o ex-piloto de Fórmula 1. A música é em francês, e Jacques praticamente só declama a letra. Porém, decidi ir mais além. entrei na página dele do MySpace (www.myspace.com/jvofficial) e fui ouvir mais algumas músicas do canadense. A primeira, "The Ones", me chocou. Não consigo imaginá-lo cantando uma música dessa em um show, por exemplo. Fui até procurar alguma foto dele pra ver se lembrava-me realmente de sua cara. A música e a cara do sujeito simplesmente não combinam. E também me parece que a voz dele está grave demais para a música.

A segunda, "Tout Dire", é melhor. O ritmo é mais lento, e o francês é uma língua que torna a música mais bonita (não digo a letra, já que meu francês não me permite entender nem 10% do que ele está cantando...). Bom, mas nunca fui muito com a cara dele, e dificilmente compraria seu CD. Mas quem se interessar, entre no MySpace de Jacques e aproveite!

Vai acabar?

Sexta feira, coluna de Fábio Seixas na Folha de S. Paulo. Hoje, Seixas aborda o artigo de segunda-feira de James Porteus, colunista do "The Herald". No conteúdo, algo que com certeza já estava na cabeça de muito fanático do automobilismo, mas todos estávamos com medo de falar: o esporte X o aquecimento global.

Mas acho que o Fábio foi um pouco pessimista em seu artigo. Será que, fora o petróleo e o etanol, não temos outra alternativa para manter vivo o automobilismo sem que ele seja um inimigo do aquecimento global? Será que se a F-1 "sempre esteve na linha de frente das novas tecnologias", como afirma um assessor da FIA, eles ainda nã se ligaram que etanol não vai adiantar muito (como disse o próprio Seixas, "imagine quanta cana-de-açúcar teria de ser plantada para mover uma temporada com 20 Gps e o quanto de área para produção de alimento seria engolido com isso" - isso porque ele só está citando a F1) e não está pesquisando algum outro tipo de combustível? Não sei se estou sendo muito otimista ou ingênua, mas não concordo com Fábio quando ele fala que "foi legal enquanto durou". Será que não existe outra saída?

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Dica de CD: Danni Carlos, Rock 'n' Road Movies

Conheci Danni Carlos quando um amigo meu achou que eu ia gostar do som e me mandou algumas músicas. Um tempão depois resolvi ir à loja e comprar algum CD dela. Acabei achando esse, com temas de filmes. Esse é o quinto CD lançado por essa carioca e é muito bom!

No disco, A excelente The Blower's Daughter, de Damien Rice, trilha do filme Closer. Para quem assistiu, a música é tocada em dois momentos do filme: no começo e no final.

Também temos Moon River, de Bonequinha de Luxo (com a sempre maravilhosa Audrey Hepburn), Iris, do filme Cidade dos Anjos e How Deep is your love, do Bee Gees (do filme Embalos de Sábado a Noite). O grande destaque vai para a faixa 1, Mrs. Robinson, de Paul Simon (de "A Primeira Noite de Um Homem).

"Mega" e Manoel

Dois motivos me deixaram com vontade de ver a nova Livraria Cultura:

1. Uma amiga minha já havia comentado que nessa livraria (na antiga loja) o atendimento é excelente, com vendedores que sabem identificar exatamente o que você quer;

2. Havia acabado de ler uma reportagem na Carta Capital sobre essas mega livrarias (Fnac, Livraria da Vila e Livraria Cultura).

Hoje, fui almoçar no Subito, Conjunto Nacional, Avenida Paulista. Por mera coincidência é o mesmo endereço da livraria. Não tive dúvida: acabei de comer e segui para lá.

De longe você não consegue acreditar no tamanho real da loja. A porta que dá acesso à Paulista é pequena, modesta, eu diria. Ao entrar, porém, boom!! O espaço lá é enorme!!São dois andares mais um mezanino. Para acessá-lo, pode-se subir as escadas ou simplesmente seguir reto no primeiro piso, que é em desnível para se encontrar com o mezanino lá no fundo. No centro do térreo, puffs. um ambiente bem gostoso, com certeza. Na parte infantil, uma estrutura em forma de túnel com diversas almofadas dentro. Senti uma tremenda inveja quando vi a menininha se jogando ali.

Foi nessa seção que resolvi escolher um livro. Na verdade, não sabia quase nada sobre ele. Só sabia que o autor era o Manoel de Barros, e um dos poemas havia me encantado (também não sabia seu nome...). Em pouco tempo os dois vendedores chegaram à conclusão de que o livro em questão era "O Fazedor de Amanhecer", com ilustrações de Ziraldo. Pode parecer bobeira se impressionar com algo assim, mas em poucas livrarias temos vendedores que conhecem os autores e um pouco de suas obras.

Sai de lá satisfeita e com uma sacolinha na mão, e já falei para quem quiser ouvir que a Livraria Cultura é um passeio e tanto!!

A Língua Mãe
Manoel de Barros

Não sinto o mesmo gosto nas palavras:
Oiseau e pássaro.
Embora elas tenham o mesmo sentido.
Será pelo gosto que vem de mãe? de língua mãe?
Seria porque eu não tenha amor pela língua
de Flaubert?
Mas eu tenho.
(Faço este registro
porque tenho a estupefação
de não sentir a mesma riqueza as
palavras oiseau e pássaro)
Penso que seja porque a palavra pássaro em
mim repercute a infância.
E oiseau não repercute.
Penso que a palavra pássaro carrega até hoje
nela o menino que ia de tarde pra
debaixo das árvores a ouvir os pássaros.
Nas folhas daquelas árvores não tinham oiseaux
Só tinha pássaros.
É o que me ocorre sobre língua mãe.

"O Fazedor de Amanhecer"

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Saideira

E para encerrar o dia de hoje, deixo-os com um post do blog do Fábio Seixas, que faz uma pequena pergunta sobre a comitiva que foi para o México assistir ao acendimento da tocha pan-americana.

Pois é. Tocha e mascote nós temos. E o complexo esportivo?

USP

Faz mais de um mês que alguns estudantes invadiram o prédio da reitoria da USP. Não vou discutir se isso está certo ou errado. Apenas quero comentar algo me chocou pofundamente.

Na edição de 30 de maio, a reportagem da Veja São Paulo mostrou-se totalmente infeliz na matéria de capa. Talvez os estudantes estejam errados? Sim. Talvez estejam certos? Sim. Mas é inconcebível que uma revista do porte da Veja trate o assunto como foi tratado. Sinceramente, os termos usados não são os que eu esperava de uma publicação que se diz séria. Na capa, "bando de estudantes". Em suas páginas, "arruaceiros" para identificar os estudantes. E só mostrou o lado que eles querem. Quando o depoimento veio de uma das estudantes da Universidade, os jornalistas falam de "ar idealista" aparentemente alheio "ao fato de que policiais armados poderiam acabar com a baderna a qualquer momento".

A reportagem tratou a USP como se fosse um completo paraíso, esquecendo de mencionar talvez que na FFLCH muitas vezes tem-se de assistir as aulas de guarda-chuva por causa das goteiras dentro das salas. Ou do fato de alunos passarem mal pois têm de lotar salas de aula por que não se tem professores suficientes para dar aula.

É uma pena que a revista de maior circulação do país faça uma matéria tão subjetiva como essa. Óbvio que não acredito na utopia da mídia imparcial. Mas acho que deveriam pelo menos mostrar o outro lado da questão, e não apenas ficar chamando os estudantes de baderneiros. Se a imprensa se resume a fazer isso, não precisamos mais de cursos de jornalismo.

domingo, 3 de junho de 2007

Heróis e mais heróis

Hoje o historiador Guilherme Scalzilli me lembrou muito o que Flavio Gomes e/ou Fábio Seixas (pois devo confessar que não me lembro bem ao certo) vêm comentando a algum tempo. Em um artigo para a edição 122 da revista Caros Amigos, Guilherme falava sobre o milésimo gol do Romário. Artigo interessantíssimo, mas nesse momento o que nos interessa mesmo é o final: "Romário é símbolo de uma nação sem valores, que precisa de subterfúgios para inventar seus ídolos."

Agora deixe-me falar por que me lembrei desses dois jornalistas. Já faz um tempo que Flávio - ou Fábio.. - critica Galvão Bueno e sua tentativa de transformar Felipe Massa na posição de "ídolo nacional". Mais recentemente FG também colocou em xeque a revsta "Caras". A verdade é que, de repente, aquele que era visto por muitos como "mais um brasileiro que não vai para frente" da F-1 virou um herói. Sem sombras de dúvida que Felipe é um grande piloto, senão não estaria na Ferrari. Mas não se esqueçam que Michael Schumacher se aposentou ano passado, deixando que Raikkonen e Massa se degladiassem para conseguir a posição de primeiro piloto. Se não fosse assim, hoje em dia todos estariam, falando em linguangem coloquial, metendo o pau em Felipe, assim como fazem com Rubinho.

Precisamos sempre ter alguém para julgarmos como herói. E é claro que a mídia, muito esperta, coloca os pés pela cabeça para achar alguém que vá satisfazer o público - o que não é algo muito difícil. Basta contar seus gols desde que você aprendeu a chutar uma bola.