quarta-feira, 6 de junho de 2007

"Mega" e Manoel

Dois motivos me deixaram com vontade de ver a nova Livraria Cultura:

1. Uma amiga minha já havia comentado que nessa livraria (na antiga loja) o atendimento é excelente, com vendedores que sabem identificar exatamente o que você quer;

2. Havia acabado de ler uma reportagem na Carta Capital sobre essas mega livrarias (Fnac, Livraria da Vila e Livraria Cultura).

Hoje, fui almoçar no Subito, Conjunto Nacional, Avenida Paulista. Por mera coincidência é o mesmo endereço da livraria. Não tive dúvida: acabei de comer e segui para lá.

De longe você não consegue acreditar no tamanho real da loja. A porta que dá acesso à Paulista é pequena, modesta, eu diria. Ao entrar, porém, boom!! O espaço lá é enorme!!São dois andares mais um mezanino. Para acessá-lo, pode-se subir as escadas ou simplesmente seguir reto no primeiro piso, que é em desnível para se encontrar com o mezanino lá no fundo. No centro do térreo, puffs. um ambiente bem gostoso, com certeza. Na parte infantil, uma estrutura em forma de túnel com diversas almofadas dentro. Senti uma tremenda inveja quando vi a menininha se jogando ali.

Foi nessa seção que resolvi escolher um livro. Na verdade, não sabia quase nada sobre ele. Só sabia que o autor era o Manoel de Barros, e um dos poemas havia me encantado (também não sabia seu nome...). Em pouco tempo os dois vendedores chegaram à conclusão de que o livro em questão era "O Fazedor de Amanhecer", com ilustrações de Ziraldo. Pode parecer bobeira se impressionar com algo assim, mas em poucas livrarias temos vendedores que conhecem os autores e um pouco de suas obras.

Sai de lá satisfeita e com uma sacolinha na mão, e já falei para quem quiser ouvir que a Livraria Cultura é um passeio e tanto!!

A Língua Mãe
Manoel de Barros

Não sinto o mesmo gosto nas palavras:
Oiseau e pássaro.
Embora elas tenham o mesmo sentido.
Será pelo gosto que vem de mãe? de língua mãe?
Seria porque eu não tenha amor pela língua
de Flaubert?
Mas eu tenho.
(Faço este registro
porque tenho a estupefação
de não sentir a mesma riqueza as
palavras oiseau e pássaro)
Penso que seja porque a palavra pássaro em
mim repercute a infância.
E oiseau não repercute.
Penso que a palavra pássaro carrega até hoje
nela o menino que ia de tarde pra
debaixo das árvores a ouvir os pássaros.
Nas folhas daquelas árvores não tinham oiseaux
Só tinha pássaros.
É o que me ocorre sobre língua mãe.

"O Fazedor de Amanhecer"

Um comentário:

Marcelo Rosa disse...

Vc é a Mandy q eu conheço? Aquela q me deu um chute na cara no dia do batizado?

:P

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