Faz mais de um mês que alguns estudantes invadiram o prédio da reitoria da USP. Não vou discutir se isso está certo ou errado. Apenas quero comentar algo me chocou pofundamente.
Na edição de 30 de maio, a reportagem da Veja São Paulo mostrou-se totalmente infeliz na matéria de capa. Talvez os estudantes estejam errados? Sim. Talvez estejam certos? Sim. Mas é inconcebível que uma revista do porte da Veja trate o assunto como foi tratado. Sinceramente, os termos usados não são os que eu esperava de uma publicação que se diz séria. Na capa, "bando de estudantes". Em suas páginas, "arruaceiros" para identificar os estudantes. E só mostrou o lado que eles querem. Quando o depoimento veio de uma das estudantes da Universidade, os jornalistas falam de "ar idealista" aparentemente alheio "ao fato de que policiais armados poderiam acabar com a baderna a qualquer momento".
A reportagem tratou a USP como se fosse um completo paraíso, esquecendo de mencionar talvez que na FFLCH muitas vezes tem-se de assistir as aulas de guarda-chuva por causa das goteiras dentro das salas. Ou do fato de alunos passarem mal pois têm de lotar salas de aula por que não se tem professores suficientes para dar aula.
É uma pena que a revista de maior circulação do país faça uma matéria tão subjetiva como essa. Óbvio que não acredito na utopia da mídia imparcial. Mas acho que deveriam pelo menos mostrar o outro lado da questão, e não apenas ficar chamando os estudantes de baderneiros. Se a imprensa se resume a fazer isso, não precisamos mais de cursos de jornalismo.
segunda-feira, 4 de junho de 2007
USP
Mais um pitaco da Amanda Roldan às 17:04
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