domingo, 18 de maio de 2008

Carta a um semi-desconhecido

Caro,

Dizia William Shakespeare que " atiramos o passado ao abismo, mas não nos inclinamos para ver se está bem morto". O que pode ser um conceito muito verdadeiro, principalmente se observarmos que eu nem cheguei a empurrá-lo. O passado, eu digo.

Hoje eu te vi. Creio que não tenha me visto, mas sei que um de seus amigos notou a minha presença. Tinha mais gente ali que eu conhecia, mas não me animei em ir falar oi. Acho que não dava, sabe? Devia fazer um ano que não via aquele povo, que não via você, mas não me senti confortável para me aproximar. Creio que agora não dá mais para fingir que são meus e seus.

Não que eu não tenha tentado. Podia ter ficado tudo bem. Foi você quem não quis que ficasse assim, você que decidiu que cada um ia para o seu lado e pronto. Eu tentei, juro que tentei. Mas na situação em que estava, não tinha muito o que fazer.

Sabe, é um decepção quando você acha que conhece uma pessoa e, de repente, puf!, ela mostra um lado que você realmente não queria ver. Não que ache que aquele seu lado que conheci não exista mais, mas a sua frieza me deixou meio embasbacada.

Sei que, se algum dia você ler isso daqui, saberá exatamente para quem é a mensagem. E quem sabe, nesse dia, você não possa dar uma explicação melhor de tudo o que aconteceu, né não?

Ass: Eu

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