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Falar sobre um filme deve ser uma das coisas mais ingradas para se fazer (com perdão aos críticos de cinema). Ou talvez eu fale isso apenas porque não nasci com mesmo dom que esses seres que conseguem fazer isso. Ou ainda, talvez eu apenas esteja fazendo isso da maneira errada.
Uma professora da faculdade falou que, em um filme, não devemos apenas prestar atenção no enredo. Devemos pensar na sua forma, na fotografia, na luz, como ele foi feito.
Muitos filmes a que eu tenho assistido se tratam disso. Paranoid Park, por exemplo. A forma como ele é construído É o filme.
E então vamos para "Brilho eterno de uma mente sem lembranças".
Não, não vamos.
Pois esse é o problema.
Não existe como descrever o filme sem que ele perca pelo menos metade de seu brilhantismo. É como a dublagem. Quando você dubla um filme, metade da atuação dos atores se perde (lembre-se de harry Potter e a pedra filosofal, quando Daniel Radcliffe grita "Don't movie" e o dublador diz um "não se mexa" de dar risada).
Suas falas são memoráveis ("hoje é um feriado criado pelas companhias de cartões para fazer com que as pessoas sintam-se como merda"). Seu formato lembra muito àquele de Paranoid Park. A história caminha aos poucos, de uma forma não-linear, e só com o tempo você consegue perceber algumas coisas.
A atuação de Jim Carrey em nada lembra Ace Ventura. Entende o que eu digo? O cara está realmente BOM nesse filme. MUITO bom.
Bernardo Krivochein falou algo que achei o máximo sobre o filme: " Não é aquele filme que te faz se acabar de chorar dentro do cinema; ele te acompanha até em casa, dorme contigo e ainda te leva café na cama a semana inteira". E é isso. Ele fica. E fica. E fica. Você não consegue simplesmente deixá-lo na cadeira no cinema. Mas ele também não tem incomoda, daquele tipo que, como diz minha vó, você fica arrasada depois. Ele faz com que você sinta saudades ao pensar nele. Igual aquela que você sente daquele amigo querido que mora longe. Sabe?
(breve momento em que eu estou pescando, pensando em como eu vou conseguir conhecer o Heikki Kovalainen esse ano... de vez em quando eu penso umas coisas nada a ver, e daí?)
"Brilho eterno..." é isso. Ele te dá saudades. E ele meio que te fala: "tudo o que você viveu não foi em vão. Não queira apagar nada de suas lembranças. Você só é o que você é por causa de cada momento que você viveu em sua vida. Os bons e os maus. Tentar apagá-los é a pior coisa que você pode fazer".
"Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena".
Assista "Brilho eterno de uma mente sem lembranças". Vale a pena.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
Eternal sunshine of the spotless mind
Mais um pitaco da Amanda Roldan às 01:09
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