Acho que o que melhor define a corrida em Balneário Camboriú é a travessia do rio.
Estávamos em uma tocada boa, sem erros, tentando controlar velocidade e tempo. Eu já tinha cantado o rio à frente, e, no banco de trás, o Henrique estava ansioso, já que havia sido ludibriado pela lama no começo da prova.
Mas quando chegamos, o Detlef já estava na margem mandando parar. No meio do rio, a L200 nº 100. O 114, que largou na nossa frente, também esperava para passar.
Chegamos e o Alemão nos explicou o que estava acontecendo. Após a travessia, havia uma subida que estava lisa feito sabão. A galera estava com dificuldades mil para subir, então o jeito era fazer tudo com calma: o carro subia e só quando já havia conseguido passar, o pessoal da organização dava um toque no rádio e liberava outro.
As orientações: segunda reduzida bloqueada, passou a metade do rio mete o pé.
Foi o 114. Uma vez. Duas. Nada.
Enquanto isso, os Mitsubishi se amontoavam atrás da gente e, tal qual no trânsito de São Paulo, businavam para que andassemos _e, tal qual no trânsito de São Paulo, abri o vidro e gritei que não dava.
O tempo passou e o pessoal começou a sair dos carros para ver o que estava acontecendo. Uns pulavam nas pedras do rio, iam conversar com as pessoas nos outros veículos e tudo o mais.
Nós ficamos ali, esperando a hora em que o Detlef nos liberaria e seguríamos para o sabão _o que aconteceu após o 114 conseguir passar, não sem antes dar um banho no Alemão.
Assim, a Cris acelerou a TR4 e começou a subir. Caracoles, o treco estava liso!
O pessoal gritava do lado de fora e eu, impotente com minha planilha toda colorida, gritava de dentro do carro: "acelera, Cris! Não para! Acelera!"
Deu certo. Com a habilidade da piloto e o apoio moral da navegadora _aceito propostas para o Sertões_, conseguimos chegar ao topo de prima.
Com toda a derrapagem, o odômetro, obviamente, já havia ido para o saco. Optamos por seguir as meninas à nossa frente, embora não fosse necessário: o caminho era todo marcado com abismos e afins. Tirar tempo ali? Nem a pau!
*
Ficamos, no final, na 40ª posição. Navegadora enferrujada dá nisso. Mas ganhamos entre as duplas femininas, o que me impediu de dividir com Fábio Fiorini um pote de sorvete de chocolate. Sorry, man... também estou cansada de ficar sempre na sua frente!
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Atravessando o rio
Mais um pitaco da Amanda Roldan às 20:13
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