quarta-feira, 8 de julho de 2009

Ari Vatanen para presidente

Quando toda aquela ladainha FIA x Fota acabou, o ponto máximo foi Max Mosley afirmando que não disputará a reeleição para a presidência da entidade automobilística. O inglês, que é chegado em uma festinha com tema nazista, está no cargo desde que eu me entendo por gente _e acho que não é exagero porque, pensem bem, com que idade nós nos entendemos por gente? Então, quase isso.

Vi Mosley brigar com fulano e beltrano, passar por escândalos sexuais e mesmo assim permanecer na cadeira. Há quem diga que não será agora que ele dirá adeus à FIA, e que continuará na presidência até morrer, mas a possibilidade de mudanças na federação me empolgou.


A sucessão do inglês foi assunto constante nos últimos meses, e nomes como Jean Todt e Ron Dennis foram citados como possíveis candidatos. Não tão viáveis, talvez, porque esbarravam no fator influência de times (Todt da Ferrari e Dennis da McLaren). O que também me intriga, já que parece que apenas a F-1 será afetada por uma escolha boa ou ruim de presidente.

Mas um nome começou a pipocar aqui e ali. Ico, Mattar e Speeder76 já haviam comentado o que foi oficializado hoje: Ari Vatanen vai se candidatar à presidência da FIA.


Não sei se admiro Vatanen porque ele pilotava o lengendário Peugeot 205 T16 ou se venero o Peugeot 205 T16 porque era pilotado por Ari Vatanen. O que importa é que um dos meus desejos malucos para o meu pai no Dakar foi que ele trouxesse um autógrafo do finlandês para mim. Não costumo dar valor a pedaços de papéis assinado _embora guarde com carinho livros autografados por Samantha Power, Carolina Larriera, Pedro Bandeira e Heródoto Barbeiro_, mas o verso da planilha com aquele "To Amanda, with love, Ari Vatanen" está no meu painel de fotos.

Então, ao ouvir o nome dele, primeiro tocou o lado emocional. Emocional também no que tange o rally, claro, já que ele é um legítimo representante dessa classe "menos favorecida". Sim, meu cérebro começou a entrar em uma ideologia marxista era como se a chegada de Vatanen ao poder fosse a vitória sobre a aristocracia automobilística.

Mas meus longos devaneios de luta de classes passou e comecei a pensar mais racionalmente: Vatanen seria mesmo bom para o automobilismo? E, falando a língua-mãe das quatro rodas, ele seria bom para a F-1?

Acho que sim, e vou dizer por que: ele tem uma sólida carreira política na Europa, o que acho que pode ser considerado um ponto a favor. Provavelmente aprendeu a ter jogo de cintura, diplomacia _no mundo das guerras e conflitos, diplomacia é de suma importância; acho que poderia fazer diferença também no automobilismo. Outra: Vatanen é um gabaritado piloto, e acho que isso pode ajudá-lo a ajudar o esporte a evoluir. Além disso, óbvio, vejo isso como uma vitória do rally.

Mas pode ser que eu esteja errada, e que Vatanen na presidência não melhore o diálogo com equipes de F-1 e nem ajude a evoluir o rally. E, pensando bem, eu também estou sendo bem corporativa neste comentário: tudo está bem contanto que o rally esteja bem.

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