28,8 bilhões. Por mais que tente, eu não tenho a mínima noção do que são 28,8 bilhões de reais. E, creio, ninguém que acessa - diariamente? Frequentemente? Eventualmente? - este blog consegue visualizar o que é essa quantia.
Entretanto - segundo a Folha de S. Paulo de ontem -, é esse orçamento para os Jogos Olímpicos de 2016, caso eles venham a ocorrer no Rio de Janeiro.
É mais, muito mais que o orçamento das outras candidatas - Chicago, Tóquio, Madri. Falando na linguagem monetária universal - isso é, o dólar - a capital carioca gastaria 14,42 bi. A cidade estadunidense, US$ 4,82 bi. A capital japonesa, US$ 6,42 bi. E Madri, US$ 6,13 bi. Percebem? O Rio gastará mais do dobro do segundo orçamento mais caro, Tóquio.
O maior trunfo: a Vila Olímpica. Uma coisa linda no desenho, com uma "Rua Carioca", é o que dizem por aí. E que, findada a Olímpiada, se transformará em prédios de alto padrão. Tal qual a Vila Pan-americana, que, até o começo de janeiro, quando visitei a minha cidade, estava às moscas.
Já li, também, a palavra despoluição. Foi muito usada durante as obras do Pan, resultando em nada.
E, como não podia deixar de ser, a construção de arenas esportivas no pseudo-autódromo de Jacarépagua. Porque, afinal, depois de tanto caso para construir o parque aquático Maria Lenk - eu não queria ver meu nome estampado em uma palhaçada dessa - e aqueles outros dois complexos, agora falam que nenhum deles tem estrutura olímpica. E o autódromo, que já existia em partes, irá para os ares de qualquer jeito, já que o excelentíssimo Carlos Arthur Nuzman quer levar os complexos esportivos pra frente de qualquer jeito.
No final, se o Rio for eleito, veremos um Pan-americano mais megalomaníaco - financeiramente falando, claro. Desembocará no mesmo mar que o evento americano. Só que, neste caso, com proporções mundiais.
E o povo, claro, participará ativamente da história, assim como participará da Copa, em 2014. Irá prestigiar os jogos e blá. E o evento será outro grande sucesso, e todo mundo esquecerá da grana fenomenal que foi gasta. Pão e circo.
Quando estava no aeroporto de Chicago, vi vários banners, faixas, chamem como quiser, convocando o povo a torcer pela cidade. Silenciosamente, juntei-me à torcida. Mas posso, também, torcer por Madri ou Japão. Tudo para não ver, novamente, a palhaçada do Pan-americano.
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Por Madri, Chicago ou Tóquio
Mais um pitaco da Amanda Roldan às 13:46
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