Estava indo pagar a conta da livraria - em minhas mãos, uma Racing e uma CartaCapital. Enquanto esperava na fila, comecei a fuçar uma Caras, exposta ao lado do caixa. Na capa da revista, a mulher que segurava o tchan chora a morte de seu filho de dois meses.
Meus olhos pararam no caixão do bebê. Era pequeniníssimo e branquinho. Meu coração apertou. Pensei em quando nasci, um pouco mais de um quilo, dois meses adiantada.Saí da UTI após 21 dias. De lá, levo até hoje um coelhinho de plástico branco e verde, presente de Dia das Crianças, e um pânico de injeção.
Senti nojo daquela revista que não consegue nem deixar em paz uma mãe que enterra seu filho prematuro e prematuramente morto. E mais do que nojo daquela publicação, senti nojo de mim. Fui eu que me interessei, peguei aquela revista e a abri. É pelo fato das pessoas se interessarem pla vida alheia que revistas como essa existem.
Por fim, senti pena de Scheila Carvalho. Por seu sofrimento ela "ganha" a capa de uma revista.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
O sofrimento exposto em uma capa de revista
Mais um pitaco da Amanda Roldan às 23:28
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário