Éramos dezesseis pessoas. Das onze da manhã às quatro da tarde éramos daquelas 69 crianças, uma média de seis por pessoa. E andamos em trilha, pulamos amarelinha, almoçamos, pintamos unha, brincamos de massinha. No fim, é o que elas mais querem: alguém que dê atenção, que estique a mão para andar por aí, que pule, dance, ria. E foi com beijos e abraços bem apertados que nos despedimos da criançada do Lar do Caminho.
Histórias como as de Santa Catarina causam uma comoção sem tamanho nas pessoas. Todos param para colocar alguma coisinha pelas milhares de caixas espalhdas pelo Brasil. Mas, quando tudo isso acaba, esquecem-se que não são só os catarinenses que precisam de ajuda. Ali do lado, bem mais perto do que Itajaí, existem crianças que precisam de ajuda. Ou animais. Ou velhinhos. Eles passam despercebidos naquela onda de solidariedade para com os grandes desastres. E continuam anônimos nos tempos seguintes. Não aparecem na televisão, mas suas casa podem estar tão destruídas quanto as daquelas pessoas na enchente. Muitas vezes, nem casas têm. Não estão sujeitos à leptospirose - será? -, mas muitas outras doenças estão de olho neles.
Não é só Santa Catarina que precisa de ajuda. Pelo Brasil, ao lado das caixas de donativos, às vezes existe uma pessoa que precisa muito mais daquilo. E ninguém está disposto a doar uma mísera garrafa de água a ela.
Doe o que você puder. Dinheiro, comida, roupa, tempo. Às vezes apenas o seu tempo já faz uma grande diferença. No Lar, por exemplo, é o que as crianças mais querem. Alguém que passe algumas horinhas para brincar.
Então, galera, quando acabar a história de Santa Catarina - e por que esperar acabar? - vamos olhar para o nosso lado, só uma viradinha de cabeça, e esticar a mão. Não precisa ser muito. Só precisa ser com carinho. Lembrem-se: trabalho de formiga dá uma ajuda danada.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Trabalho de formiga também serve (2)
Mais um pitaco da Amanda Roldan às 15:40
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