Quando fui pra Nova Iorque, no ano passado (enquanto o Pitacos estava em coma), sofri de um grande mal - que, no final, encarei como um grande bem: estudei o lugar minuciosamente e fui pra lá conhecendo praticamente cada esquina de Manhattan. Sabia tudo o que havia pra fazer ou deixar de fazer lá, já tinha ficado razoavelmente familiarizada com a linha de metrô e saí do Brasil já com uma ideia do que queria tirar de Nova Iorque.
Porque - deixe-me dar uma de filósofa nesse momento - cada cidade é diferente de acordo com a visão das pessoas. Se, por exemplo, eu quiser apresentar São Paulo para uma pessoa, estarei mostrando apenas a cidade que eu enxergo, o que pode agradar ou não o outro. É como tudo na vida: a gente tem o nosso ponto de vista das coisas. A São Paulo que eu amo não é, necessariamente, a que a minha mãe ama - e não, não é, mesmo.
E isso funciona com todos os lugares. Do mundo. A minha Rio de Janeiro é diferente da Rio de Janeiro da minha família, até dos meus amigos de lá. Assim como a minha Curitiba. E a minha Goiânia - que terá eternamente cheiro de poeira e barulho de carros de rali.
É por isso que eu evito ficar pegando sugestões antes de viajar. Do que adianta a pessoa querer que você compre um passe de dois dias pra visitar as principais atrações de Nova Iorque quando tudo o que você quer é andar pela cidade, observando pessoas e procurando coisas encantadoras para admirar em vez de ficar correndo e um lado pro outro pra conseguir ir no Met, no Financial District E no Empire State no mesmo dia?
Cada um sabe a cidade que quer conhecer. No meu caso, eu queria ser a pessoa que fica passeando sem rumo, meio perdida, ouvindo, vendo, sentindo cheiros - se eu tivesse um olfato apurado, coisa que não tenho. Andei pelo Central Park, vi o estudante de Julliard tocando violino, passei pelo prédio de Friends e me joguei no Village, entrei em todas as Sephora de Manhattan, peguei a balsa para Staten Island pra ver a Estátua da Liberdade, fui pra Columbia, tirei foto em frente à Tiffanys para homenagear Audrey Hepburn, fui na ONU e na parada de St. Patrick. Acima de tudo, conheci a Nova Iorque que EU queria conhecer, não a que OS OUTROS queriam que eu conhecesse.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
sobre as nossas cidades
Mais um pitaco da Amanda Roldan às 00:30
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Um comentário:
Clap Clap Clap. Por isso te amo minha filhada...
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