domingo, 4 de novembro de 2012

Virando gente grande

A gente às vezes tem aquele sonho de casar com um cara rico e não fazer nada - ou melhor, fazer as coisas que a gente quer, sei lá, viajar, viver de leitura, filmes, etc - ou, melhor ainda, ter nascido em berço de ouro - e repete a história de viajar, ler, etc. Enfim, qualquer coisa que signifique não trabalhar porém ser podre de rico.


Mas aconteceu uma coisa engraçada durante essa semana. Tipo uma epifania. Foi uma coisa simples, o ato de sair do escritório para almoçar, mas aquilo, naquele momento, me trouxe muito mais que isso.

Eu tava ali, indo para um almoço que eu pagaria do meu próprio bolso - porque eu tenho um salário. Para alguém que já está no mercado faz tempo, isso pode não parecer nada. Mas eu era universitária até o ano passado e, apesar de já ter trabalhado, não era uma coisa concreta. É como se, por ainda estar na faculdade, classe média, etc, etc, eu tivesse um ~aval~ para não me preocupar muito com o meu dinheiro.

Mas aí, de repente, eu virei gente grande. Tenho um emprego - um emprego do qual eu gosto muito -, tenho um salário e aprendi a administrá-lo. Outro dia li um texto que falava mais ou menos sobre isso, no caso, sobre finalmente conseguir o seu cantinho. Eu tenho esse sonho de ter o meu cantinho, minhas coisas, meus livros, meu zilhões de gatos e tal, mas, por enquanto, outros planos fazem com que eu também me sinta mais independente, mais responsável. Planos pequenos mas que, para mim, são um paso enorme. Como: a viagem do ano novo. Besteira? Pela primeira vez vou fazer tudo com o dinheirinhos que eu ganho por causa do meu trabalho. A tintura e corte do meu cabelo. O almoço da semana, as saídas no fim de semana, o cinema, os livros, as maquiagens. O bar. A poupança para poder viajar em 2013 e ainda sobrar um pouquinho para ajudar na pós-graduação ou no curso de extensão. Coisas simples - mais que uma casa, pelo menos! - mas que já dão um gostinho de "putz, eu conquistei isso! Vou passar o ano novo com os amigos por causa do MEU trabalho".

Então eu fico pensando que, embora fosse ser bacana ter nascido rica para poder viajar pelo Brasil e o mundo vááárias vezes ao ano - eu me sentiria a pessoa mais milionária caso pudesse fazer isso -, poder guardar algum dinheirinho pra poder pagar alguma viagem legal do meu próprio bolso me parece muito mais gratificante. E eu não trocaria esse momento da vida nem por todo o dinheiro do mundo.



Um comentário:

Viagens disse...

Crescimento, conquista,realização. Muito bacana esse texto. Mais pessoas deveriam lê-lo.