terça-feira, 16 de abril de 2013

Reflexões pós-Boston sobre o fim do Twitter

Não se trata de uma análise profunda sobre o assunto "mídias sociais nos dias de hoje". Nem um apego sentimental. É uma constatação: o Twitter ainda é grande quando o assunto são grandes tragédias - e isso pode ser bom ou ruim, mas o The Guardian já fez um belo texto sobre o ~lado obscuro do Twitter~ nesses casos.

Mas a minha reflexão não é analisar se a tal "cobertura via Twitter" foi boa ou ruim, e sim pensar que ela existe - existe e é mais forte do que se pensa. Às veze as pessoas proclamam o fim do Twitter. A rede caiu de usuário, ninguém mais usa, o Facebook tá ganhando a batalha muahaha. Calma lá. Jack Dorsey foi bem claro - apesar de todo mundo pensar o contrário - ao dizer que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Facebook e Twitter são redes diferentes, usadas de formas diferentes e, muitas vezes, por pessoas diferentes.

Vamos concordar que a rede de microblogs, aliás, acabou fisgando um nicho específico - mais um nicho meio heterogêneo, se é que esse termo existe. Na real, não sei especificar exatamente que tipo de pessoa é, hoje em dia, usuária do Twitter. Mas, aparentemente, são essas pessoas que, em casos de grandes acontecimentos, vão ficar sabendo primeiro que alguma coisa estranha está acontecendo.

É algo do tipo "BREAKING NEWS: SOMETHING STRANGE IS HAPPENING IN BOSTON - COULD BE A BOMB". Pronto. Já é a hora em que você levanta e fala que alguma coisa explodiu em Boston. As pessoas te olham com estranheza e entram na home do Uol para confirmar a notícia. Mas antes que o portal brasileiro desse a info na home, a Reuters já montou uma página especial com um live tweeting da história. Quando todo mundo está mais ou menos ciente de que realmente houve duas explosões no final da Maratona de Boston, pessoas estão feridas e tá tudo um caos, alguém publica no Vine - que nada mais é do que a versão em vídeo do Twitter - o momento exato da explosão. O filminho circula pelo mundo mais rápido que o streaming da NBC.

Depois de tudo isso, pode ser que tudo realmente vire uma bagunça. Pessoas começaram a criar teorias malucas e o Twitter, de fato, se transforma em uma mesa de bar. Mas o ponto é que ele cumpriu seu dever. Alguém já tuitou direto da linha de chegada. Já postou fotos. O raso da história chegou antes por ali.

Não importa o quanto as pessoas matem o Twitter. Quando alguma coisa assim acontece, ele é a primeiríssima fonte de informação - e essa é, de fato, a principal utilidade dele. Você sabe que aconteceu alguma coisa, sabe onde, sabe mais ou menos o quê. As pessoas que estão espalhando as informações não farão as vezes de jornalista (ou farão, quando o twitteiro é, de fato, um jornalista), mas são cruciais na hora de espalhar a notícia pelo mundo. Um retuíte corre mais rápido que o link. É mais prático. Mais instantâneo.

Não estou fazendo um ranking de importância. Como eu disse, cada rede é uma rede - e quando se trata de viralizar um acontecimento como os atentados de Boston, é no Twitter que a coisa acontece.  

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