terça-feira, 19 de março de 2013

Like a Sheerio

Uma série de confissões: eu tenho medo, pavor, desespero de adolescentes. Não todas, é verdade, mas daquela parte que grita, faz escândalo e tira fotos no espelho de banheiro público - coisas que, muito provavelmente, eu fiz, mas que a memória seletiva não me permite lembrar; eu fui ao show da Katy Perry - por livre e espontânea vontade, não porque minha irmã adolescente (uma adolescente bacana) me obrigou. True story.

Não tinha ligado as duas coisas quando paguei uma pequena fortuna no ingresso do show da moça de cabelo azul. Só depois, já no inferno-em-forma-de-show-de-cantora-pop-teen, me dei conta da loucura. Meninas gritando. Pulando. Uma delas deu uma cotovelada no meu peito. Horror.

Nesse dia eu jurei: nunca mais iria a um show de teenager. Like... ever. (como diria Taylor Swift, e aí você já começa a perceber que o juramento foi pro saco).

Nesse momento caberia uma digressão sobre Damien Rice, mas aí seria tanta paixão amor felicidade lágrimas coraçãozinho-com-a-mão e melosidade que vocês desistiriam logo desse texto - digo, aqueles que que não pararam de ler assim que citei Taylor Swift.

Pois o medo pode se transformar em salvação quando seu lado juvenil aflora com força. Por algum motivo totalmente incompreensível - seria o cabelo ruivo? O jeito, que só pode ser classificado como "fofo"? A idade? - um Damien Rice em miniatura conseguiu alcançar essa parcela da população que vai para a porta de hotel gritar chorar espernear. E, em uma reviravolta cruel do destino, também me encantou.

Deixe-me explicar, então, que Ed Sheeran me deixou tão obcecada que, mesmo diante da avalanche de adolescentes histéricas, comprei o ingresso para seu show feat Taylor Swift. Adolescência em dobro. Gritos em dobro. Horror em dobro - e aí surge uma luz: e se eu me juntar a elas? Gritar, espernear, fazer coraçãozinho com a mão?

Assistir a um show teen #foreveralone te abre esse leque de possibilidades. A possibilidade de, aos 23 anos, buscar lá no fundo da alma o lado adolescente e deixar rolar. Vestir a camisa (metaforicamente) do mocinho, ser Sheerio (a irmã que me ensinou), realmente surtar diante do show de um cantor que você curte pra caramba.

É essa a minha terceira confissão: já tenho data, hora e local para me permitir voltar à doce e assustadora histeria adolescente.        


Um comentário:

Vanessa Ruiz disse...

Olha... Só tenho uma coisa a dizer: se joga =D