quinta-feira, 28 de agosto de 2008

From Memphis

Sim, galera. Estou viva!
Quinta-feira e ca estou eu na cidade do Elvis. Tenho pouco tempo - dez minutos no business center.
Aqui do lado esta Graceland. Os portoes nao sao tao grandes quanto eu pensava.
Sem tempo, como eu disse, nao posso contar tudo. So digo uma coisa: os caras so sabem andar com aqueles carroes que gastam gasolina pra cacete? E so o que se ve na rua: SUV - e Corollas, no caso de Miami.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Indo

Embarco amanhã de manhã para os States. Não sei se dou notícias de Memphis, de Orlando ou só de Chicago.

A todos vocês, um super beijo (ui, ui, me senti a Eliana agora) e até mais!

domingo, 24 de agosto de 2008

Mecânico atropelado joga praga em Kimi Raikkonen

Esqueçam Massa, esqueçam - sei lá, a corrida foi chata demais. O homem de Valência foi Kimi Raikkonen.

Porque a corrida estava um saco até o pit stop do cara. Lembram-se de Albers no GP da França do ano passado? Kimi Raikkonen fez mais ou menos isso.

A mangueira não chegou a ser levada pra tão longe quanto Albers levou. O fenomenal foi ver o mecânico. Meu Deus, pobre mecânico! Faz com que o cara atropelado pelo Nakajima aqui no Brasil pense: "ainda bem que não aconteceu isso comigo!"

Pelo que consegui ver, o mocinho segurava a mangueira quando Raikkonen saiu. Nisso, arrastou mangueira e mocinho, que quase teve a cabeça esmagada pelo carro.

Poucas voltas depois, o motor de Kimi explodia, deixando todos da Ferrari preocupados - na Hungria, foi o de Massa. Mas o que só o Pitacos sabe - e agora divulgo em primeira mão na internet - é que o ser atropelado, envolvido com magia negra e coisas afins, jogou uma praga no carro do finlandês - quando o mundo parou de girar pra ele, claro. O mecânico foi pupilo do maior mago brasileiro, Paulo Coelho, que um pouco depois da corrida teria dito: "sinto-me como Obi-Wan Kenobi!", referindo-se ao mestre de Darth Vader, que o treinou para seguir o lado branco da força.

A explosão do motor de Raikkonen causou inveja em Steve Spielberg. Isso porque a fumaça transformou-se em uma densa nuvem na pista, de onde, repentinamente, apareciam os pilotos. Dizem que vários comentaram no padock como se sentiram em um filme. "Depois dessa, me sinto apto para encenar Speed Racer na continuação do filme!", disse Trulli, revelando o plano secreto dos irmãos Wachowski (não, eu não sei escrever isso, mas nada que o google não ajude!)

Ah, sim...

Se eu olhasse para o outro lado da quadra e visse um cara como Stanley, não sei se continuava ali, não...

(Valeu, Gustavo!)

The End

Tinha que fazer a escolha: Valência ou o encerramento da Olimpíada. Me decidi por ver Kimi Raikkonen dando um espetáculo a parte - comento isso em outro post.

Peguei os últimos minutos da festa de encerramento. Um show, pelo pouco que vi.

Chega ao fim, então, mais uma Olimpíada. Não acompanhei muito, na verdade. Não deixei de dormir, não me empolguei com as competições - e agora me arrependo, porque descobri que a delegação da Suíça, uau uau, valia muito a pena. Humpf.... .

Vi Phelps em seu primeiro degrau para bater o recorde de Spitz, a dificuldade no nado de costas e o torpedo no crawl; vi a final da ginástica, a romena chegando por último e mandando a simpática Shawn Johnson para o vice, Dayane dos Santos pisando fora da marcação; e vi o vôlei feminino, a vitória em cima das estadunidenses, e a vingança de seus compatriotas em cima dos mocinhos brasileiros - esse daí só vi os dois primeiros sets.

Não tenho nenhuma emoção especial sobre esses jogos. Aliás, guardo, sim, mas não é algo bom. Saio desse Olimpíada com a certeza de que nada vai mudar no esporte brasileiro. Agora voltarão os atletas para seu anonimato, suas vidas de treino sofrido e sem apoio.

Fico feliz pelos sucessos de nossos atletas, mas triste por saber que isso não garantirá um apoio ao esporte brasileiro.

Acabou. Agora, só em Londres 2012.

sábado, 23 de agosto de 2008

Um sorriso

Lembro de Maurren Maggi chorando quando foi suspensa. Lembro que, em uma coletiva, ela usava um óculos grande, que colocou segurando os cabelos quando sentou à mesa. E chorou, chorou muito.

E agora, anos depois, lá está ela, os cabelos presos em um rabo de cavalo, nenhum óculos na cabeça. No rosto, não mais os olhos triste e cheios de lágrimas, mas um sorriso. Um sorriso que, mais do que uma medalha de ouro, representava uma volta por cima.

A você, Maurren Maggi, parabéns!

Kimberly Glass

Quer nome mais americano que esse, de uma das jogadoras da seleção dos EUA?

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Um café mocha tall com avelã

Minha garganta dói.

(Se eu não me engano, Flavio Gomes tem uma crônica que começa exatamente assim, e talvez eu tenha começado o texto com essa frase exatamente por isso. Sei lá, o livro está longe e eu estou com preguiça. Ponto final)

Na noite de ontem ela já doía. O suco de laranja não passou, era ácido demais e a garganta doía demais. Fui dormir sem minha dose de Vitamina C, e atribuo a isso a gripe que vem chegando.

Gripo - existe esse verbo? - alguns dias antes de ir viajar. Não, vocês não sabiam que eu vou viajar, que provavelmente ficarei algum tempo sem postar e que verei Scott Dixon ao vivo e à cores.

Vou à terra do tio Sam, dizer oi para os americanos metidos que perguntam se sou terrorista no pedido pro visto. Sim, sou terrorista, fui treinada por Osama Bin Laden, que foi treinado por vocês, então estamos todos em família.

Dormiu e acordou doendo, a minha garganta. O leite com Nescau - um costume que me acompanha desde a infância, e que faz com que eu torça o nariz para qualquer outro achocolatado, é Nescau que dá energia que dá gosto.

O leite com Nescau o quê?

Ah, sim. O leite com Nescau não descia, minha garganta doía pra cacete.

Fui pra faculdade, viajei na aula, comi sashimi e outros pratos com peixe cru de almoço, mostrei minha habilidade - a falta dela, na verdade - com hashis. Aí está o motivo de eu não freqüentar restaurantes japoneses: apesar de me deliciar com um Nigiri de salmão, eu e os palitinhos não nos damos bem. É uma guerra cada vez que uso aqueles negócios.

Fui para o escritório e, de tempos em tempos, ia para o banheiro analisar o estado da minha garganta. Continuava na mesma, um pouco vermelha, nenhuma mudança. Durante o dia, porém, fui sentindo o corpo cansado, aquelas coisas que precedem uma boa sinusite.

Quando entrei no elevador, dei uma boa analisada em meu rosto e constatei que, sim, ele estava com cara de gripe.

E mesmo gripando, segui o caminho da Paulista e caminhei para a Starbucks. No meio do meu caminho, porém, não tinha uma pedra, e sim a Martins Fontes. Tinha visto uma foto da livraria em algum lugar, e fiquei tão encantada quanto fico na Cultura. Era um emaranhado de livros, as coisas organizadamente bagunçadas, lindo, lindo. Peguei um livro, "O Diário de um Cão", acho, mas não comprei. Minha cota de livro já havia esgotado na semana, foi o da Samantha Power, uma coleçãozinha sobre a ditadura e o de hoje, alguma coisa sobre quantas mulheres você será antes dos 35. Diz a orelha que é um livro bem humorado e divertido, e os dezenove reais deixaram-no ainda mais convidativo. Levei, portanto não compraria nada na Martins Fontes.

Desci para a Santos e entrei na cafeteria. A fila estava grande, mas o clima quentinho e aconchegante me fez ficar ali. Esqueci de contar, esfriou em São Paulo, e uma garoa fina já ensaiava cair.

Acreditando que mudanças valem a pena, abandonei meu café mocha tall com avelã e pedi um caramel mochiato, ou algo assim. Sim, eu já sei de cor o que pedir ali, o que denuncia uma ida freqüente ao local americano.

Saí com o pedido em mãos, pedido sem graça, aliás, nada comparado ao café mocha tall com avelã que, sejamos sinceros, também não é grande maravilha. Mas fui andando pela rua com aquele negócio em mãos, tomando o café pelo buraquinho da tampa e pensando que essa influência americana é uma merda. Eu poderia simplesmente ter parado em uma padaria e pedido, sei lá, um café-com-leite, mas decidi andar mais um pouco só para tomar uma bebida sem graça. Grande merda, essa.

O café não trouxe nenhum benefício à minha garganta. O que apenas comprova seu caráter inútil - o café, não a garganta.

Estou com sono. Queria ler, dormir, comer alguma coisa. E queria uma pastilha, por favor. Sem avelã.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Mamonas amigas

Ouvi hoje no jornal que o governo vai usar mamona para produzir combustível. É uma coisa já antiga, acho eu, faz tempo que ouço falar nisso. Mas parece que agora é pra valer.

Quando era criança, ficava em uma escolinha que tinha um pé de mamona como vizinho. Estrategicamente debaixo da árvore ficava um platô, um negócio que dava acesso à planta. Tendo uns seis anos, não conseguia subir ali em cima - não que hoje eu conseguisse. Então, cabia a algum menino me colocar ali.

A gente pegava as mamonas para tacar nos outros. Eu e os meninos, digo. Sempre fui uma menina moleca: na sexta série, jogava com alguns garotos uma coisa que se chamava borrão, nem sei se continua se chamando assim, mas era esse o nome que dávamos na época. Era simples: estando a bola em seus pés, sua missão é chutar o mais forte possível em outra pessoa. Não tinha time, era um por todos e todos por um. Os meninos sempre aliviavam para o meu lado, enquanto eu metia bica em todos. Sempre tive um lado meio violento, e também sempre fui moleque demais. Levando em conta que em 2006 meu professor de Kung Fu me chamava de "mulequinho", acho que tem coisa que não muda nunca.

Mas nós pegávamos as mamonas e tacávamos nos outros. Aí um dia me falaram que aquele negócio tinha veneno. Na hora corri para a pia e comecei a esfregar as mãos. Fiquei com um medo danado de morrer por causa das mamonas - como vocês podem notar, fui mais forte que elas.

Continuamos brincando com as mamonas. De vez em quando eu ia para a pia lavar a mão, como se isso fosse me salvar de qualquer veneno letal.

Naquela época eu não sabia que mamona podia ser usada para fazer combustível.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

"Eu te divirto, mas eu te canso"

Foi a terceira vez que vi Closer. Era dublado, xinguei muito, nem ia ver o filme. Mas Jude Law e Natalie Portmann andando pelas ruas de Londres, Damien Rice como fundo musical, tem como resistir?

Eu devia ter uns quatorze anos quando assisti a esse filme pela primeira vez. Closer é um filme forte, sem papas na língua, digamos assim. Saí do cinema com cara de espanto. Mas ficou em mim, e não só por causa do Damien Rice.

Nessa terceira vez, queria ver principalmente duas cenas da Natalie Portmann: a primeira, quando ela vira para Julia Roberts chorando e pede para tirar uma foto. Chorei com ela naquela primeira vez; a outra é bem no final, quando Jude Law vai comprar cigarros e, ao voltar, recebe um "I don't love you anymore" bem grande na cara.

Entre essas duas cenas, existe uma parte que eu não me lembrava. É quando Law diz ter um caso com Roberts e se separa de Portmann. É um diálogo forte, mais um entre os muitos que o filme apresenta.

Dan: Não posso. Se te vir, nunca vou te deixar
Alice: E se eu achar outro?
Dan: Vou ficar com ciúmes.
Alice: Você ainda gosta de mim?
Dan: É claro.
Alice: Está mentindo. Já estive em seu lugar. Me abraça?Eu te divirto, mas te canso!
Dan: Não!
Alice: Você me amou?
Dan: Sempre vou te amar. Odeio te magoar.
Alice: Então por que magoa?
Dan: Por que sou egoísta. Acho que vou ser mais feliz com ela.
Alice: Não vai. Vai sentir minha falta. Ninguém vai te amar como eu. Por que o amor não basta? Sou eu que sempre termino. Eu é que deveria te deixar.

"Uau", foi o que pensei na hora. Aquele diálogo nunca tinha me chamado a atenção, sempre fiquei no "I don't love you anymore", o que eu acho que deve ser muito ruim de ouvir.

"Eu te divirto, mas te canso" também está no mesmo nível que "I don't love you anymore", com a diferença de que é uma coisa que a própria pessoa conclui. Essas conclusões são tão fatais quanto "I don't love you anymore". Quer dizer, ninguém realmente fala isso, você conclui sozinha e, se bota pra fora, ouve um não como o de Dan. E aí fica ainda mais encucada, porque não sabe se a pessoa está falando sério ou mentindo, só querendo evitar te magoar. E sem perceber, te magoa, porque você vai ficar com aquilo matelando na sua cabeça por um bom tempo, e nunca vai ter certeza se é verdade.

"I don't love you anymore" não parece mais tão cruel agora. Cruel mesmo é eu te divertir, mas te cansar.

Quarta pop

Na semana passada foi Zeca Baleiro. Entrei com minha professora de inglês na Saraiva para ver alguns livros de automóveis quando ouvi aquela deliciosa voz. Ficamos ali na estante, ora ouvindo o show, ora lendo os livros.

Hoje, cheguei mais cedo. Na porta do local, duas mulheres (escassamente) vestidas de coelho. "Ta tendo alguma coisa da Playboy aí", pensei. Touchè! Lá estava um fila imensa, todos - e todas, é bom que se diga - com a Playboy do mês nas mãos. Carol Castro passaria por ali e rabiscaria todas as revistas.

Entrei na parte de comunicação e, de repente, toda aquela gente veio parar onde estava: a fila mudara de lugar e agora passava exatamente naquela parte da loja. Desolada, sentei em um dos sofás da Starbucks para esperar Carolina - não a Castro, mas a minha professora. Aliás, não consegui ver a atriz global.

Se eu não estivesse viajando na quarta que vem, estaria bastante curiosa para saber quem iria encontrar.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Dezenove de agosto

Dezenove de agosto de dois mil e três.

É esse o nome do 21º capítulo de "O Homem que Queria Salvar o Mundo".

Foi na Piauí 21 que li esse texto pela primeira vez. Naquela edição, carregava o título "Um Milhão de Flashes". Na revista seguinte, lá estava a carta de uma leitora comentando o excerto. Falava ter encontrado com Carolina Larriera no ônibus, etc, etc. Era uma carta bonita, na verdade. Um etc não caberia aqui, parece que a pessoa não falava nada de útil.

Dezenove de agosto de dois mil e oito está acabando. Lá se vão cinco anos daquele dois mil e três. E escrevo assim, por extenso mesmo, porque quero registrar a importância dessa data.

Nunca fui uma pessoa muito ligada em datas. Ontem mesmo foi aniversário de uma amiga minha e esqueci de ligar para ela por não lembrar que dia era. Mas dezenove de agosto, esse ficou martelando na minha cabeça nos últimos dias.

Cinco anos. Há cinco anos um caminhão estacionava atrás do Hotel do Canal, quartel general da ONU em Bagdá. Sendo um caminhão-bomba, explodiu. Matou 22 pessoas.

Existia ali um brasileiro. E vivendo em um país que venera os Ronaldinhos da vida, poucos se lembraram de parar, nem que fosse por um momento, para pensar em Sérgio Vieira de Mello.

Sérgio Vieira de Mello conquistou o mundo, mas não conquistou o Brasil. Ganhou documentário e livro no estrangeiro - esse último, lançado aqui nesse fim de semana. Dizendo-se orgulhoso de ser brasileiro, é conhecido por poucos conterrâneos.

Morreu defendendo um sonho, o de ver o mundo mudar.

No dia dezenove de agosto de dois mil e oito, Carolina Larriera não queria ver homenagens. Queria, sim, ver o ideal tão realista de seu ex-noivo vivo.

Em Genebra, Vieira de Mello ganhou um minuto de silêncio. Não sei se era isso que ele queria. Talvez seja a hora de parármos de pensar "puxa, que nobre, um homem morrendo porque queria ver um mundo melhor" e fazermos nós mesmos esse mundo. Não é difícil.

E não digo para irmos ao Iraque, talvez à Géorgia, ajudar os caras que estão em guerra. Falo em andar um pouco mais para jogar o lixo no lixo, tirar a bunda da cadeira do ônibus para deixar a criança sentar. Coisas simples.

O mundo não se muda de fora pra dentro, mas de dentro pra fora.

Acho que Sérgio Vieira de Mello sabia disso.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Desculpa, Diego

Se alguém concordar que Diego deveria mesmo pedir desculpa, dou-lhe um soco na cara. Não que eu seja uma pessoa que não aceita a opinião alheia. Mas achar que um atleta deve pedir desculpas por representar seu país, tentar levar a bandeira para o lugar mais alto do pódio, aí não dá pra aceitar.

Mas existem casos e casos. Acho, por exemplo, que a seleção que fez aquele fiasco na úiltima Copa deveria, sim, pedir perdão ao povo brasileiro. O futebol tem mídia, o futebol tem apoio, os caras ganham milhões para chutar a bola direito.

A Olimpíada já segue há alguns dias. O Brasil tem um ouro e cinco bronzes. Aparece na 38ª posição no quadro de medalhas. Muitos falam em fiasco, em decepção. Eu preferiria usar uma frase já manjada - vou mesmo entrar em um assunto manjado, então por que não? -: toda ação tem uma reação (ou toda causa tem um efeito, dá tudo na mesma).

A ação?

Preferia falar que é a falta dela. É chover no molhado, todo mundo fala isso. Todo mundo fala da falta de apoio que se dá aos atletas, ao esporte brasileiro. Eu não tenho orgulho da Kathleen ter vendido geladeira, TV e o escambau a quatro para treinar. Eu tenho é vergonha. Vergonha daquelas matérias do Esporte Espetacular em que mostra o atleta correndo em uma estrada de terra. Vergonha da maneira com que o esporte é tratado por aqui.

O único ouro conquistado pelo Brasil, veja só!, veio de um atleta que treina nos States! Como isso?

Não sou uma apaixonada por esporte olímpico, confesso. Acho que seria uma hipocrisia minha acordar às duas da manhã para assistir, sei lá, ao salto com vara. Fingir que estou torcendo pelo ser que está pulando. Uma pinóia! Não sei quem é a pessoa em questão, nunca a vi mais gorda! Não vou bancar a uma brasileira de araque, que quando chega essa época se veste de verde e amarelo para torcer por pessoas que nunca se interessou. Vi, sim, a natação. Mas por que queria ver o Phelps nadando, nunca tinha visto o cara na água. Também vi a ginástica, mas isso é por que sempre amei ginástica. Não vi o Diego Hypólito caindo de bunda. Até ia ver, mas o sono foi mais forte. Quando liguei a tevê, a premiação do masculino já estava acabando.

Mas vi o cara chorando. E aquilo me deixou profundamente triste. Por que ele acha que tem de se desculpar ao povo brasileiro? Nós é que temos que pedir desculpas a todos aqueles atletas! Nós, que nunca demos a devida importância a eles, que sempre nos importamos com nosso mundinho de futebol e fórmula 1!

Não espero que vocês aceitem, mas gostaria de, do fundo do meu coração, pedir desculpas. A vocês, a todos vocês. Desculpa.

domingo, 17 de agosto de 2008

Só um abraço

Eu só queria abraçá-la. Dois segundos ali, o braço em volta do pescoço. Só isso.

Na verdade, não podia fazer mais do que isso. Não tinha muita necessidade. Era um ato egoísta, querer um abraço. Muitos já deviam ter corrido os braços ao seu redor, dito palavras de consolo, no llores, Carolina. Eu queria apenas dar um abraço naquela mulher, um abraço que significasse "ei, você é foda, te admiro!"

Quando Samantha Power disse que ela estava ali, duas cadeiras à minha frente, senti meus olhos encherem de lágrimas. Ali, era como se ela fosse uma parte daquela perna daquela mesa, aquela perna que sumira há cinco anos atrás. Sumira, não; morrera em um ataque terrorista. E ela estava ali, os cabelos loiros presos em um coque, sentada. A mulher que saira à procura do noivo no Canal Hotel.

Sua presença de certa forma mudou o rumo das coisas. Sua pele clara, a roupa em tom pastel, o sapato creme com lacinho, a perna cruzada, tudo ali parecia transparecer serenidade. Em certos momentos sua boca estremecia, como se engolisse o choro que queria sair. As feridas já devem estar cicatrizadas, mas na certa deixaram marcas profundas.

Mas ali estava ela, sentada no palco, microfone em punhos, falando de seu ex-noivo. Com o orgulho que certamente ele merece. E mais orgulhosa ainda por ter à sua frente quem estivesse disposto a levar sua memória adiante.

Foi isso também que senti quando fui falar com ela, Carolina Larriera, livro em mãos. Escreveu em um cantinho da página, com letras miúdas, que esperava que aquele brasileiro tão especial me inspirasse.

Depois, abraçou-me. Um abraço que parecia significar apenas uma coisa: obrigada.


sábado, 16 de agosto de 2008

Ecos da eleição

Campanha eleitoral é um saco. Um bando de gente fazendo promessas que não serão cumpridas, falta de candidatos descentes, Marta e Maluf subindo nas pesquisas (quer merda maior que essa?)

Certo dia desses, deparei-me com um desses candidatos-lixo. Mas existem candidatos e candidatos. Esse é histórico: Levy Fidélix. O cara do aerotrem. O cara que, de seu carro, fez um aceno para mim. Ri, ri demais. Parecia uma louca no meio da rua. Ali estava um mito das eleições, dando tchauzinho para essa que vos fala.

Depois foi a vez de Aurélio Miguel. Não o próprio, as um boneco gigante representando-o. Era uma figura bizarra, parecia um minotauro com suas perninhas finas - as pernas da pessoa que fantasiava-se - e seu corpão. Assustador, horrível. Fosse eu uma criança, corria para me esconder atrás das pernas de minha mãe. E teria pesadelo por um mês.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

ali do lado

No último Dakar - o de 2007 -, Marc Coma sofreu um grave acidente.

Estava de férias e tinha acabado de acordar. Segui o ritual do mês - ligar o computador, ver o que já aconteceu na especial do dia e tomar café da manhã. Assim que cliquei no ícone da internet - o site do Dakar era a página principal - o telefone tocou.

"Você já soube?", perguntou minha mãe.

Senti meu estômago afundar. Na mesma hora meus olhos bateram na tela. Marc Coma tinha sofrido um acidente grave. Veio à minha mente as mortes de Richard Sainct, Fabrizio Meoni e Andy Caldecott, 2004, 2005 e 2006.

"Calma, lê o resto, tá tudo bem."

Com a mão trêmula, corri a página. O cara havia sofrido um traumatismo craniano, mas estava consciente.

O WRC começou hoje a corrida na Alemanha. Assim que li a chamada no Tazio, senti aquela mesma sensação: Gigi Galli sofre grave acidente. Veio cabeça as mortes de Richard Burns e Collin McRae - nenhum durante uma prova.

Também me passou agora o falecimento de Michael Park, navegador de Markko Martin, durante o rally de Gales, em 2005. (O estoniano parou de correr depois disso)

C'est la vie...

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Novidade Orkutiana

No último ano,o orkut sofreu uma revolução. Permitiu-se a colocação de vídeos, a divisão do álbum em "sub-álbuns", a proibição de acesso a certas partes do perfil por "desconhecidos", a visualização de atualizações da galera e a adição de aplicativos - tudo bem, eu não faço a mínima idéia do que é isso, nem procurei saber.

A última novidade: foi criado um template especial para os jogos olímpicos. Constatei essa novidade quando acessei o perfil de algumas pessoas e pude ver um fundo horrivelmente verde -nada contra o verde, mas ficou muito feio! - e uma inscrição "Time Brasil, um só grito, um só coração".

Curiosa, fui tentar descobrir como se coloca tal fundo. Notei um ícone ao lado do meu e-mail e nele cliquei. Pronto, meu orkut ganhou aquela horrível estampa!

Veio a pergunta: como tiro essa coisa? Cliquei novamente e, tchan!, voltei de novo ao velho design.

O "Time Brasil" que me desculpe, mas não fico com a tela daquele jeito nem ferrando!

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

O gostosão russo

A princípio, era um país grande. O maior do mundo, diziam para mim. E frio pra cacete.

Depois, era a sede do Bolshoi. Eu sonhava em dançar no Bolshoi, nem sabia direito o que era o Bolshoi, mas falavam para mim que era o maior ballet do mundo. Porra, que garotinha vestida de meia-calça, sapatilha, saia, tudo rosa - sem falar no collant, que nem sei direito como se escreve - não sonhava em mexer o corpo nos maiores palcos de ballet do mundo? Billy Elliot queria ir para o Royal; eu, para o Bolshoi.

Mas eu não quis mais saber dos palcos. Quer dizer, até quis, mas não por meio da dança. E a Rússia, aquele país enorme, ficou para trás.

Mas eu gosto de meter meu bedelho nessas coisas misteriosas. E o Alexander Litvinenko morreu. Na época, eu não ia com a cara do Putin - não vou até hoje, diga-se de passagem. Morreu Litvinenko e começou toda aquela história da morte ser a mando do Kremilin. Por tudo que estava ao redor desse caso, achava viável. Ainda mais, sendo o Putin, eu pensava.

Descobri Anna Politkovskaya, que sempre chamo de Politvinenka. Ela morrera um mês e pouco antes de Litvinenko, também de forma suspeita: fora baleada na entrada de seu prédio. Costumava fazer matérias sobre os massacres russos na Chechênia. Menos um para senhor Vladimir.

O cara foi pra Sibéria e encantou meio mundo - feminino - com seus músculos bem torneados no auge de seus 50 anos. Confesso, tenho uma daquelas fotos guardada em uma caixa. Passei meses colocando na cabeça que eu não gostava da política do cara. São os hormônios, diriam alguns.

Lembrei de todas essas coisas por conta do conflito entre Rússia e Geórgia. Não tenho acompanhado muito essa história, não posso dar pitacos sobre isso. Mas não tenho uma visão muito boa a respeito da Rússia sob o comando de Putin - e verdade seja dita, mudou de cargo apenas na teoria.

Guerras nunca são uma saída. Matar civis inocentes, matar gente que não tem nada ver, nada disso tem justificativa. Não sei o que pensar a respeito do líder georgiano. Mas nunca achei que o gostosão russo abriria mão de uma guerrinha.

Hamilton?

Um homem negro, boné, camiseta da McLaren.

Quase fui perguntar o que estaria Lewis Hamilton fazendo no shopping Eldorado em uma segunda-feira.

sábado, 9 de agosto de 2008

E começou...

...a torcida pelos atletas brasileiros, a contagem de medalhas, toda essa história. Segue até o final de agosto.

Depois disso, ninguém mais se preocupa em saber deles...

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Mais um daqueles

Sonhar com automobilismo tem se tornado uma constante. Provavelmente não são premonitórios como os da Alessandra, mas deixarei registrado mais esse (lá no final de junho/começo de julho contei do meu estranho sonho com a Indy).

Era um circuito estranho, ao redor da pista tinha um grande bosque. Largando em primeiro, Mark Webber (!!!!); dividindo a primeira fila, seu companheiro de equipe (!!!!!!!!!!!). Não lembro o resto, mas não importa muito.

Larga a prova e, logo nos primeiro metros, Coulthard faz alguma merda e provoca um engavetamento. Webber segue sozinho, à frente do Safety Car, enquanto todo o resto do pelotão está se chocando - lembre daquela corrida do filme Carros.

Acordei.

domingo, 3 de agosto de 2008

França, Finlândia, Finlândia, Hungria, Brasil [2]

Se Budapeste viu Heikki Kovalainen levar o primeiro lugar, Jyvaskyla teve que se contentar com um finlandês em segundo.

Mikko Hirvonen realmente não iria tirar os dezoito segundos que o separavam de Sebastien Loeb. Terminou a 9.9 segundos do francês, que ainda perdeu 6.4 segundos no 23º estágio por conta de um erro na primeira curva.

Na terceira posição ficou Atkinson, que subiu para terceiro também no campeonato.

Jari-Matti Latvala, que já estava fora da disputa nessa prova, ainda abocanhou uma especial - a mesma que viu Loeb errar. O finlandês agora está em 5º no campeonato.

O jovem Mikkelsen também fez bonito no estágio Hannula: à sua frente, apenas os finlandeses da BP-Ford. Terminou a prova na 12ª posição.

Hirvonen ainda está na liderança, mas para mantê-la não pode deixar Loeb ganhar a próxima corrida, na Alemanha, daqui a duas semanas.

França, Finlândia, Finlândia, Hungria, Brasil [1]

Um final de semana finlandês.

Na Hungria, ia dar verde e amarelo. Felipe Massa fez uma largada fantástica e deixou as duas McLaren para trás. "Uau" foi minha reação imediata. Quem viu sabe do que estou falando.

A corrida seguiu tranqüila. Já pro final, Hamilton, que até então ocupava a segunda posição, teve um problema nos pneus, foi pros boxes e saiu em nono. A vitória de Massa parecia certa.

Mas faltava a bandeira quadriculada.

E foi a três voltas dela que a Ferrari de Felipe Massa fez bum.

Heikki Kovalainen, que vinha em segundo, assumiu a ponta, e ali se manteve até o final.

E aí vocês me perguntam: e você não saiu comemorando feito uma louca pela casa?

Na hora do pódio, não conseguia tirar o sorriso do rosto. Até parei para ouvir o hino da Finlândia com atenção. Quando Heikki lenvantou o troféu, fiquei até emocionada. Mas uma parte de mim ainda estava pensando em Felipe Masssa.

Não digo isso pelo fato da bandeira nacional, etc. Acho que tem um pouco disso, também. Mas o ponto chave é a frustração do piloto, sem importar a nacionalidade. Fiquei pensando que, enquanto Kovalainen estava lá, transbordando alegria, Massa estava desconsolado. E é triste ver um cara que fez uma largada espetacular e manteve-se na ponta a corrida inteira perder o pódio por um problema que não tem relação com ele.

Mas ali estava Kovalainen, sorriso no rosto, troféu em mãos. Junto dele, Timo Glock, que fez uma corrida excelente - o cara chegou em segundo, gente! -, e Kimi Raikkonen.

Mas e agora, senhor Kovalainen, como fica a vitória de Cingapura?

(Para quem não sabe, a primeira corrida noturna da história da Fórmula 1 cairá bem no meu aniversário. E a primeira vitória de Heikki na categoria estava programada exatamente para esse dia)

sábado, 2 de agosto de 2008

Finlândia para um....francês?

O Rally da Finlândia segue. Ano passado, Jyvaskyla viu Gronholm levar. Nesse, Sebastien Loeb, Daniel Elena e seu Citroen vêm em busca de mais uma vitória. Hirvonen, finlandês, segue na segunda posição, dezoito segundos atrás do francês.

E o outro menino de ouro da Ford?

Latvala pegou uma pedra e deu uma panca numa árvore ontem. Pelas regras do SupeRally, voltou hoje. Venceu três especiais. Um pódio finlandês em plena Finlândia ia ser legal. Uma pena.

Gigi Galli, o italiano que ganhou todo o meu apoio depois desse vídeo fantástico, vinha em uma ótima terceira posição quando bateu o carro na SS16. O carro ficou tão danificado que vai ser impossível para o Italiano Voador levar seu Focus RS para as especiais de amanhã.

O garoto Andreas Mikkelsen, dezoito aninhos e o piloto mais novo a pontuar no WRC, segue na 14ª posição. Pupilo de Gronholm, o sueco chegou a ficar em 5º na SS20! (para vocês terem noção, a sua frente estavam Latvala, Loeb, Hirvonen e Atkinson; atrás dele, Sordo e Solberg)

Faltando três estágios para o fim de uma das provas mais tradicionais do WRC, pouca coisa deve mudar.

Chegar líder, sair líder. Hirvonen somará oito pontos, ficando com 67 no campeonato. Loeb estará a um pontinho do finlandês, com 66.

E Atkinson e Sordo verão Latvala pelo retrovisor.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Don't cry, dude!

Passava das sete e eu estava sentada em um degrau da pracinha atrás do metrô Vila Madalena. Meu interesse estava centrado no livro em minhas mãos: a irmã do cara assassinado estava desaparecido e o jornalista com sua editora estavam curiosos para saber o que aconteceu.

Mas surgiu aquela menina.

Quer dizer, não sei se ela já estava ali, a alguns metros de mim, e eu simplesmente não havia notado-a. Enfim...

Falava de em alto som sobre timbre, uma oitava, ré médio - sei lá se era médio e se era mesmo o ré, foi apenas para relembrar a excelente piadinha de ontem.

Dizia a guria que ela não poderia cantar naquele timbre porque ela fora cantora de trash metal e aquilo estragou as cordas vogais dela. "Foi o.... (não lembro o nome do indivíduo, mas finjamos que era Caetano) que disse". Fiquei imaginando quem seria esse ser.

Disse também que tinha timbre para cantar música lírica. O que me fez respeitá-la porque alcançar um tom pra cantar esse tipo de música deve ser foda - mas acho que isso não quer dizer que ela necessariamente vai cantar bem.

Comecei a fazer algumas suposições. Provavelmente o mocinho do outro lado da linha fazia parte de uma banda e queria que ela fizesse o vocal. Um cara estava observando o talento de certos caras do grupo e, caso eles fossem ruins pra burro, outros caras estavam quase certos pra entrar no lugar desses caras. Sacou?

Aí chegou a notícia para ela: eles tocariam fora. Ela quase surtou. Aí descobri que seu namorado também fazia parte da banda e hoje era o aniversário de namoro deles (parabéns!). E esse era o melhor presente que eles podiam ganhar - palavras dela. Disse para o outro que ligasse para o namorado lá pelas oito e meia - hora que ele saía do trabalho. "Ele vai chorar muito, é o sonho dele tocar fora!" Pelo que entendi, ele só chorou uma vez desde que ficou mais velho. Essa seria a segunda.

Imaginei Kurt Cobain deitado no colo de Courtney Love chorando pra caramba. Deu dó do mocinho. Eu sei que aparentemente era um puta sonho pra ele tocar fora - não sei se fora do país, da cidade, do bairro ou da garagem, mas acho que não importa muito - mas, poxa, o cara nunca chora na vida dele! É uma coisa emocionante, não é?

E aí a menina chamou o cara de bosta, o que me fez pensar que é mais ou menos a mesma coisa que merda ou quebre a perna no teatro - o sentido é exatamente o contrário do que a palvra representa.

Não sei como terminou o assunto. Ela foi embora e eu não a segui.

Mas penso que, a essa altura, o namorado dela deve estar chorando pra cacete.