quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

A sorte anda longe

Imagine o seguinte:

você não é um simples campeão mundial de rally. Você É TETRA-CAMPEÃO. Seguido. Há quatro anos ninguém consegue batê-lo. E, para melhorar o seu astral - não que isso faça diferença durante uma prova -, você é bonito pra caraio.

Entra 2008. Seu principal rival, aquele que quase te fez perder o campeonato do ano passado, se aposentou. Na sua cabeça, o penta está no papo. Você já até imagina Galvão Bueno gritando: "É penta! É penta!"

A temporada começa. Você ganha a primeira prova. Lógico.

Segunda prova, rally da Suécia, neve. Claro que, a essa altura do campeonto, todos já deveriam saber disso, mas vamos apenas fazer um remember: você é o único não-escandinavo a ganhar lá.

O primeiro estágio é ganho pelo norueguês da Subaru. Ele só foi campeão mundial uma vez. Depois dele, o domínio foi seu.

Segundo estágio: Jari-Matti Latvala. Terceiro: Latvala. Porra! Dá onde ele surgiu?

Pã-pã-pãããã (não, não é o tema da vitória! Esse é o barulho do motor antes de você.... pegar um banco de neve).

O jovem de 22 anos leva o troféu. Bate o recorde do mito Henri Toivonen - que ganhou uma prova em sua 24ª primavera.

O campeonato está assim: você, dez pontos. Um pirralho finlandês: dez pontos. Outro pirralho finlandês: dezesseis pontos. Só que o pirralho que está empatado com você terminou em segundo em Monte Carlo, o que dá a ele a segunda posição do campeonato.

Você vai para o México, e está cheio de vontade de ganhar.

A prova começa amanhã. E hoje, durante o shakedown, você troca o motor. E recebe cinco minutos de penalidade. Repito: a prova começa AMANHÃ.

Claro que sua equipe volta atrás, recoloca o motor original e bye-bye penalização. Mas como você está agora? Sentindo-se como o Simba, do Rei Leão? Está com vontade de dar as costas ao mundo?

Ah, não se esqueça: seu nome é Sebastien Loeb.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Sobre o Brasil e a Finlândia

(nota: me dei ao direito de omitir toda e qualquer trema que possa aparecer em um nome finlandês)

No dia 17 de fevereiro, domingo, a Rede Globo fez uma matéria sobre a tradição na F-1 de países como Brasil e Finlândia (não assisti ao programa, as informações tirei do blog do Capelli). Entre esses dois países, a coincidência de cada um ter três campeões mundiais. Entrevistaram Heikki Kovalainen e esse deu a seguinte resposta:

"Interessantes essas coincidências, nunca havia percebido. E até me surpreende, o Brasil deve estar fazendo alguma coisa errada. Nós somos apenas 5 milhões, compare com o tamanho do seu país..."

E então segue a Vênus Platinada falando que, embora cada país tenha um igual número de campeões, o Brasil possui oito títulos (dois com Emerson, três com Senna e três com Piquet), enquanto a Finlândia só tem quatro (um com Keke Rosberg, dois com Mika Hakkinen e um com Kimi Raikkonen).

Comecei a ler os comentários do post referente ao programa e algo que me chamou bastante atenção - e me fez concordar - foi que, a certa altura, Capelli disse: "Pessoal, acho que estamos focando no ponto errado da discussão. A grande ferida exposta por Kovalainen não é o fato do Brasil ser maior e ter tantos campeões quanto a pequena Finlândia. O cerne da questão é a frase 'vocês devem estar fazendo alguma coisa errada'".

Em um esforço monumental, estiquei o braço e peguei o pesado livro de capa vermelha - minha bíblia quando o assunto é rally. Desde que a FIA criou a Driver's Cup, em 1977, a Finlândia faturou 14 títulos mundiais. CATORZE. Ou seja: em trinta anos, quase metade dos campeões mundiais veio do país escandinavo. O segundo colocado é a França, com cinco (uma de Didier Auriol; quatro de Sebastien Loeb). Quando se fala dos grandes ídolos do rally, finlandeses são citados a torto e a direito: Ari Vatanen, Juha Kankkunen, Marcus Gronholm, Henri Toivonen, Tommi Makkinen.

Decidi, então, que seria legal fazer uma comparação entre os automobilismos finlandês e brasileiro e tentar descobrir onde está o nosso erro. Tentarei ser imparcial, na medida do possível. A partir de agora, separo o texto entre monoposto e rally. Vem comigo!

1.monoposto

Procurei na Internet algumas informações sobre os campeonatos de Fórmula na Finlândia. Descobri a existência de dois no país: a Fórmula Ford e a Fórmula 3. Para esse ano, já está programada a estréia da Fórmula Renault finlandesa - a Finlândia já sediava etapas da Norte Europeu de Fórmula Renault. Essas três categorias fazem parte do Finish Championship Racing Series (as principais corridas de circuito são sempre disputadas no mesmo final de semana).

Porém, o que mais chama a atenção é o comunicado de lançamento da nova categoria. No segundo parágrafo, eles citam um programa de desenvolvimento de pilotos feito pela própria federação. Não achei mais nenhuma informação sobre isso no site ou na internet, mas ao que parece, pilotos finlandeses que competem em algumas categorias européias passaram por esse treinamento. Os oriundos desse programa mais conhecidos são Heikki Kovalainen, da McLaren, e Kimi Raikkonen, que em 2007 sagrou-se campeão mundial.

Diz Jani Backman, secretário geral da AKK Motorsport - a federação de lá - que "o propósito do lançamento da Fórmula Renault finlandesa é oferecer aos jovens pilotos que estão vindo do kart uma categoria de qualidade para crescerem em casa". E continua: "praticar, testar e competir é financeiramente mais econômico na Finlândia que fora daqui, e agora nós podemos providenciar equipamento igual àqueles usados no resto da Europa. Os pilotos podem começar a competir na FR com 16 anos em seu país de origem, e com 17 no exterior, de acordo com o regulamento internacional de licenças".

Atravessaremos o oceano para chegar direto a terras tupiniquins. A Fórmula Renault brasileira acabou em 2006. Dessa forma, restou partir para a Fórmula Sulamericana, que, como o próprio nome diz, engloba outros países. Pelo que pude apurar, o cancelamento da FR nacional deu-se por dois motivos: 1) A saída da PPD Sports, promotora do evento e; 2) A retirada de investimento no automobilismo nacional por parte da Renault. Ainda no ano passado, a CBA tentou criar uma categoria que fechasse esse buraco, mas o grid foi de apenas cinco carros.

Nesse ano, a federação brasileira lançou a Fórmula Brasil, que usará os mesmos equipamentos que eram utilizados na Fórmula Renault. Os participantes da categoria não podem ter vencido corridas em qualquer prova de monoposto internacional. A Fórmula Sulamericana, por sua vez, começa o ano sem promotor, o que pode dificultar as coisas.

Ou seja: a possibilidade do Brasil ter uma leva de pilotos que suceda Felipe Massa, Nelson Ângelo Piquet, Rubens Barrichelo, Lucas Di Grassi e Bruno Senna é quase zero. Enquanto tentamos lançar um campeonato monoposto nacional, a Finlândia estréia seu terceiro - sem contar que a federação local possui um programa de desenvolvimento de piloto.

E para quem segue aquele pensamento "mas nós somos de terceiro mundo e eles, de primeiro", Fábio Seixas recentemente publicou um post sobre Sara Sachez, curitibana, que foi disputar a F-Chevrolet, no Uruguai, que surgiu pela " necessidade da AUVO (Asociación Uruguaya de Volantes) de criar uma categoria promocional de monopostos, com custo acessível. Uma categoria que permitisse aos jovens uruguaios darem continuidade às suas carreiras após o término das etapas conquistadas no kart, sem que, para isso, fosse preciso se ausentar do país" (alguma relação com o que foi dito pelo finlandês Jani Backman?).

Ao que me consta, o Uruguai é um país menos desenvolvido que o Brasil.

2.rally

Se com os monopostos fiz apenas um comparativo entre Finlândia e Brasil, no rally consigo achar o problema com uma certa segurança. Como vejo a relação piloto x prova muito menor que a existente na outra categoria, separo esse tópico em mais duas partes: pilotos e provas. Também ressalto que toda vez que falo rally, me refiro ao rally de velocidade, classe em que se classifica o World Rally Championship.

2.1.pilotos

Como já falei lá em cima, a Finlândia tem quase 50% dos títulos mundiais. Comparar o rally nesse país e em qualquer outro do mundo é corvardia. Principalmente se estamos falando de lugares que não possuem nem meio título, como é o caso do Brasil.


Vou direto ao ponto: o motivo de não termos pilotos brasileiros correndo em mundiais é, em grande parte, o subdesenvolvimento. Pode ver que a maioria dos pilotos de fábrica vem de países desenvolvidos. Uma grande montadora não iria investir grana em piloto de uma país que poucos vão poder consumir aquele produto - nesse caso, o carro.

Não sei se para vocês parece lógico isso, mas não falo isso dá minha cabeça. Digo porque sei de fábricas que usaram exatamente esse argumento.

E quanto a correr em uma equipe privada?

Aí caímos na falta de investimento das empresas brasileiras - e isso vale para qualquer esporte que não seja futebol. Conseguir patrocínio é uma tarefa árdua e que muitas vezes não termina com um resultado bom. Já vi muitos pilotos fortes terem de parar por causa de falta de patrocínio. Não aparece na Globo? Já pode baixar a bola. E para melhorar, emissoras e publicações dão uma "maquiada" no nome da empresa antes de publicar a matéria. Propaganda de graça? Nem pensar!

Claro que não posso generalizar. Existem pilotos brasileiros que fizeram bonito lá fora, como Paulo Lemos e Ulysses Bertholdo, campeões sul-americanos. Ulysses chegou até a pontuar na categoria N do WRC da Argentina! E como esquecer da parceria de 20 anos entre Petrobras e a equipe de rally que vai pro Dakar? Também tivemos Reinaldo Varella e Alberto Fadigatti, campeões mundiais de Cross Country. E, mais atualmente, Paulo "Palmeirinha" Nobre, que corre o campeonato pela equipe X-Raid. Mas para o número de excelente pilotos que temos por aqui, são poucos os que conseguem partir para uma carreira lá fora. E mesmo assim, há limitações. A equipe Petrobras, por exemplo, só corre completa no Dakar e aqui no Brasil.

2.2.provas

O rally da Finlândia data dos anos 50, sendo uma das provas mais tradicionais do campeonato. Quando falamos do Brasil, a visão é um pouco diferente.

Tivemos apenas uma prova válida pelo WRC, em 1982, mas a incompetência dos dirigentes brasileiros daquela época nos fez perder a chance de sediar uma etapa do mundial. Fácil assim.

Perdemos, e hoje em dia é difícil de recuperar. No começo de 2007, chegaram até a noticiar na Europa que três países - Indoésia, Malásia e Brasil - estavam interessados em ter uma etapa. Mas o alto custo da candidatura - 100 mil euros - e o fato de a organização não abrir vaga para novos países até, pelo menos, 2010, fez com que desistissem. Além do mais, a América do Sul já possui uma prova no campeonato, em um país em que as existe um grande público para o esporte. Como diria Reinhard Klein, " é difícil criar um rally em uma região que o esporte a motor em estradas não faz parte da cultura".

Quando falamos do rally nacional, a coisa muda de figura. O Campeonato Brasileiro de Cross Country não anda bem das pernas, mas temos uma prova que tem reconhecimento internacional - o Rally dos Sertões. O Campeonato Brasileiro de Velocidade - CBR - está crescendo. Para esse ano, a categoria N3 finalmente sai do papel. Já a N2 terá duas subdivisões: Light - para inciantes - e uma "máster" - ainda não tenho certeza do nome. Ainda para essa categoria, Chevrolet e Fiat disponibilizam 10 e 12 carros, respectivamente, preparados para corrida.

Além disso, temos ainda a Copa Peugeot, uma categoria com custos baixos - a Peugeot que faz o transporte dos veículos - e carros iguais. Excelente caminho para quem quer começar!

Não podemos nos esquecer de quão bem organizadas estão as nossas provas hoje em dia. O Rally de Erechim - que considero a principal corrida do calendário e que faz parte do sul-americano - cresce a cada ano, e só quem foi sabe o show que é. Também temos o tradicional Rally da Graciosa e a etapa de Ouro Branco, considerada por muitos a segunda Erechim.

Claro que não vou falar que nosso rally é compatível ao da Finlândia. Mas parece que, nessa categoria, finalmente estamos trilhando o caminho certo.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

O pacote interurbano

O celular toca. Quando atendo, Marcelo me informa que representa a Vivo e vai me oferecer um novo pacote de chamadas interurbanas. Antes que eu abrisse a boca para o habitual "não estou interessada", o atendendo começou um discurso de um minuto a respeito de todos os benefícios que aquele pacote me traria.

Usei minha frase pronta, mas não consegui enrolar Marcelo. Ele estava crente que, pelo fato de eu fazer chamadas a longa distância freqüentemente entre os meses de abril e setembro do ano passado, talvez tivesse interesse em algo que as tornaria mais baratas. Com o único porém que eu não faço mais esse tipo de chamada há algum tempo.

Respondi novamente que não queria esse benefício e ele resolveu me oferecer algo de menos minutos "quinze, vinte. Veja só, o de quinze sai por R$29,90". Não obrigada. "A senhora tem certeza?" Sim. "A Vivo agradece sua atençao. Tenha uma boa tarde".

Pelo menos uma coisa de boa: nos três minutos em que o cara tentou empurrar-me o pacote, usou o gerundismo apenas uma vez. Iupi!

domingo, 24 de fevereiro de 2008

And The Oscar Goes To...

Melhor Animação Longa Metragem - Ratattouille (ponto para mim!)
Melhor Figurino - Elizabeth: A Era de Ouro (menos um)
Melhor Maquiagem - Piaf (poooonto!)
Efeito Visual - A Bússula de Ouro (pooonto!)
Direção de Arte - Sweeney Todd (poooonto!)
(atualizado às 23:20) Melhor Ator Coadjuvante - Javier Bardem (menos um...mas essa categoria foi bem no chute. E sim! Casey Affleck é irmão de Ben Affleck!)
(atualizado em 23:30) Melhor Curta Live-Action - Le Mozart des Pickpoo ckets (não vi, não conhecia, não pitaquei. Fica na mesma)
(atualizado em 23:32) Melhor Curta de Animação - Peter & the Wolf (Idem ao de cima)
(atualizado em 23:40) Melhor Atriz Coadjuvante - Tilda Swinton (menos um)
(atualizado em 23:49) Melhor Roteiro Adaptado - Onde os Fracos não têm vez (menos um. De novo)
(atualizado em 00:03) Edição de Som - O Ultimato Bourne (Idem aos curtas)
(atualizado em 00:07) Mixagem de Som - O Ultimato Bourne (Idem ao de cima. E o pobre coitado do cara de Transformers foi indicado pela 20ª vez. E não ganhou nenhuma! Pobre Kevin)
(atualizado em 00:13) Melhor Atriz - Marion Cottilard (Errei!! Errei!! Dá-lhe, Marion!!)
(atualizado em 00:29) Melhor Montagem - O Ultimato Bourne (terceiro Oscar desse filme! E eu errei de novo...)
(atualizado em 00:45) Melhor Filme em Língua Estrangeira - The Counterfeiters (sim, eu achei que a política prevaleceria. Mas li a sinopse desse filme e queria que ele ganhasse. Mas não adianta enrolar...eu errei, eu sei)
(atualizado em 00:51) Melhor canção Original - Falling Slowly (o cara é amigo do Damien Rice - e abriu um show dele! Valeu o erro!)
(atualizado em 01:00) Melhor Fotografia - Sangue Negro (não é possível... não vou nem contar quantos erros eu já cometi...)
(atualizado em 01:11) Melhor Trilha Sonora Original - Desejo e Reparação (pontooo! Finalmente!)
(atualizado em 01:14) Melhor Documentário Curta-metragem - Freeheld (também não votei, então...)
(atualizado em 01:19) Melhor Documentário - Taxi to the Dark Side (errei. Mas esse documentário parece ser muito bom)
(atualizado em 01:25) Roteiro Original - Juno (pontoooo!)
(atualizado em 01:36) Melhor Ator - Daniel Day-Lewis (e é nessa hora que eu digo: merda! Apesar do Sweeney Depp, queria muito que Johnny tivesse levado essa. Ele vai ganhar quando essa porcaria de estatueta?)

(atualização final em 01:39) Faltando poucas categorias, o Pitacos da Mandy encerra sua cobertura por aqui. Os últimos resultados você vê aqui, amanhã.

E viva Johnny Depp!!

Indicados ao Oscar...2008?

E coloco 2008 assim, com ponto de interrogação, porque não é possível que Ratatouille e O Ultimato Bourne tenham saído apenas no ano passado! No way de eu ter assistido Ratatouille no mesmo ano em que assisti Across The Universe e Piaf - um hino de amor. Eles são tão...recentes. E Ratatouille é tão... antigo.

De qualquer jeito, resolvi dar uns pitacos sobre os filmes que acho que vai ganhar (com os devidos comentários do porquê eles foram escolhidos, claro).

Melhor filme - tá, não assisti a nenhum dos filmes dessa categoria, mas acho difícil que Juno ganhe. Onde os Fracos Não Têm Vez também acho que não leva. Sei lá, filme de faroeste... quem saíra vencedor? É difícil, mas chuto Desejo e Reparação

Melhor Direção - Conduta de Risco. Mas e O Escafandro e a Borboleta? Alguém pode me dizer que raios de filme é esse?

Melhor Ator - ok, já falaram que nunca antes na história desse mudo George Clooney atuou tão bem quanto em Conduta de Risco. Mas vocês já viram que ele tem um Oscar? E que Johnny Depp, apesar de ter sido indicado outras duas vezes, não ganhou nenhum? Por isso, apesar de achar que a atuação dele em Sweeney Depp em nada se equipara com as dos outros filmes indicados (Piratas do Caribe e Em Busca da Terra do Nunca), aposto nele. Quer dizer, eu sou mesmo a única pessoa que não acha que Todd é fantástico, etc, etc!

Melhor Atriz - Cate Blanchett leva. Mas estou torcendo muito para que eu erre. O trabalho que Marion Cottilard fez em Piaf foi algo sem comparação. E realmente acho que Helena Carter tinha de ser indicada. Ela, sim, fez um trabalho excelente em Sweeney Todd!

Melhor Ator Coadjuvante - Tom Wilkinson. Sem mais. (E aliás... Casey Affleck tem alguma coisa a ver com Ben Affleck?)

Melhor Atriz Coadjuvante - caso Ellen Page ou Marion Cottilard levem o de melhor atriz, Cate Blanchett leva o de coadjuvante por I'm Not There. Caso nenhuma das duas leve, aposto em Cate Blanchett também. Afinal, existe algo que impeça um mesmo ator ganhar dois Oscar na mesma noite?

Melhor Animação Longa-Metragem - Ratatouille

Melhor Roteiro Adaptado - Sangue Negro. E que diabos é esse O Escafandro e a Borboleta?, ela indaga.

Melhor Roteiro Original - Juno, o azarão.

Melhor Direção de Arte - Sweenwy Todd. E esse realmente merece. A direção de arte do filme é fantástica!

Melhor Fotografia - Sweeney Todd também deveria ganhar essa. Mas como ele não foi indicado, voto por Desejo e Reparação. (E lá está o escafandro e sua borboleta de novo!)

Melhor Figurino - o vestido usado por Keira Knightley em Desejo e Reparação foi tão ovacionado (tirou o posto de "vestido da história" do clássico Givenchy preto de Audrey Hepburn em Bonequinha de Luxo, veja só!) que ele sozinho já levava Oscar nessa categoria. Aliás, voto para ele também em ator coadjuvante!

Melhor Filme Estrangeiro - dois filmes que não deveriam ter ficado de fora: O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias e A Culpa é do Fidel. Quem ganha é o israelense Beaufort. E nem precisa ser bom. O negócio aí é político mesmo.

Melhor Documentário - Sicko. Mas só voto nele porque é o único título que conheço da lista.

Melhor Montagem - O Escafandro e a Borboleta. É a quarta vez que esse filme aparece na lista!

Melhor Maquiagem - Piaf, Um Hino de Amor

Trilha Sonora Original - se a trilha sonora de Sweeney Todd fosse original, ganhava. Mas acho que Desejo e Reparação ganha mais um Oscar.

Melhor Canção Original - mesmo que Encantada tenha TRÊS canções nessa categoria, August Rush (Música do Coração, creio) ganha.

Efeito especial - a Bússula de Ouro. Você viu os efeitos desse filme?

Quanto às outras categorias, me abstenho.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

A semelhança entre Damien Rice e Thom Yorke

Quando saí do cinema, naquele distante ano de 2005, já estava infectada. Não tinha mais como fugir. Aquela voz, aquele sentimento, ele fisga e você não consegue mais escapar.

Todas as músicas que carregavam aquele nome foram baixadas. O violão, os sussurros, a voz, o sentimento que emprega. E de repente descubro que os próximos três anos (e os três que se seguirem, e os outro três, e mais três, e...) seriam construídos ao som dele.

Curiosamente, uma das primeiras músicas que ouvi dele não era, na verdade, dele. Ela pertencia a um tal de Radiohead, mas eu estava pouco me lixando para aquilo. Só queria saber dele, ele, ele.

O sentimento que Damien Rice provoca em você é inexplicável. Primeiro vem a voz. A migração constante que ele faz entre gritos e sussuros te faz viajar. Sentimentos viriam até de uma "éguinha pocotó" ou "bonde do tigrão". Mas eles surgem de lugares como "Let the people decide/I've got nothing to hide/I've done nothing wrong/So why have i been here so long?" (Unplayed Piano), "You can brave decisions/Before you crumble up inside/Spend your time asking/ Everyone else's permission:/And then run away and hide" (Coconut Skins), "There's still a little bit of your taste in my mouth/There's still a little bit of you laced with my doubt/It's still a little hard to say what's going on" (Cannonball) ou da mais conhecida "And so it is/The shorter story/No love, no glory/No hero in her sky" (The Blower's Daughter, que foi brutalmente assassinada por Ana Carolina e Zélia Duncan).

Você vai tentar dividir esse talento com outras pessoas. Mas aí descobre que não consegue: você morre de ciúmes dele, e assim ele ficará fadado a morrer no quase anonimato aqui pelo Brasil, e você jura que não quer isso, mas a hipocrisia mandou um abraço.

Quando me deparei com a Rolling Stones desse mês, meu coração pulou. Olhei aquela foto, aquela capa, e senti meu corpo inteiro amolecer. Peguei a revista e meu rosto voltou à sua cor natural. Quem estava estampado não era Damien. Era Thom Yorke, vocalista do Radiohead.

Comprei a revista, coloquei-a debaixo do braço e saí andando, querendo que a tristeza tomasse conta de mim, mas totalmente feliz. Ainda não estou preparada para que Damien Rice assuma o topo das emissoras de rádio brasileiras.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Voltou

O Ereshow avisa que faltam 49 dias para a primeira etapa do CBR. 69 para Erechim, etapa do Sul-americano e um dos rallys mais fodas que eu já vi.

Daqui a 49 dias, uma nova dupla estrará no campeonato. Bernardo Koller estará no segundo carro da GM, acompanhado por Sidinei Broering.

Quem não está muito familiarizado com o mundo off road e acompanha a pouco tempo o que acontece, talvez não se lembre de Bernardo. Em 2003, ele foi campeão da Copa Peugeot, correndo com seu irmão Rafael Koller (que não deve correr esse ano). Bê tinha 20 anos, e Rafa, 17.

Isso foi há muito tempo, eu sei. Mas o que quero dizer é que o Bê sempre foi um excelente piloto, e vê-lo voltar a correr é muito bom. Principalmente quando é com alguém como o Sid, que dispensa comentários.

Mas aí vocês perguntam: e o Ulysses, vai correr com quem?

A resposta é mais uma pessoa que volta para o rally. Alberto Zoffman (lembram dele?) se juntará novamente a Bertholdo.

Como o Ereshow, faço contagem regressiva para o começo do campeonato.

"Você não tem heroína, então usa Algafan..."

Digo uma coisa: vai terminar em pizza. Fizeram barulho, todo mundo criticou Renato Russo.

Não vai ter antidopping, a denúncia não será apurada e a única pessoa que corre risco de ser punido é o criador desse "clima".
*
Paulo Scaglione, o excelentíssimo presidente da CBA, declarou: "Não vejo a necessidade de se fazer antidoping, mas adotaremos isso em função do clima que foi criado". E tem mais! "O esporte a motor é diferente do vôlei, do atletismo, em que o atleta busca um melhor condicionamento físico. No automobilismo, o que conta é a parte mental, da reação imediata. Qualquer substância causaria um bloqueio, não seria útil"

Viva o doutor Paulo! Viva a Stock Car! Viva a pizza!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Superestimado

Quando era criança, costumava ser atendida no P.S. do Hopital São Luiz. Paramos de freqüentá-lo quando injetaram em minha mãe uma substância a qual ela era tremendamente alérgica. Pra que perguntaram se ela tinha alergia a algum medicamento, se era exatamente esse que iriam aplicar? (Isso porque foi ela quem identificou o erro, não os brilhantes médicos do São Luiz).

Mais de uma década depois, voltei a pisar naquele hospital. Desde sexta-feira estava com urticária. No domingo, acordei com mal-estar, dor de cabeça, dor de garganta e uma febre que beirava os 39 graus.

No dia seguinte, já um pouco melhor, fui levada ao P.S. do São Luiz - unidade Morumbi (ainda mais conceituada do que aquela no Itaim). Relatamos o quadro clínico à médica - enfatizando a febre, que só passou às cinco da manhã de segunda - e a mulher mandou que me sentasse na maca. Examinou garganta, pulmão e só. Peraí... se uma pessoa diz que estava com uma puta febre a algumas horas atrás, seria demais se o médico medisse a temperatura do paciente ou, pelo menos, colocasse a mão em sua testa?

O resto era previsível. Aquilo que me fez perder um dia de aula é o mantra de todos os médicos: virose. Indagada sobre a relação febre x dor de garganta (veja bem, ela não estava inflamada), ela contou uma historinha sobre carnaval, badalação em excesso, vírus forte, etc. Ahn? Então tá.... (Putz! No próximo carnaval não vou poder nem ir ao cinema e jogar War!)

Inalamos aquele cheiro agradável de fumaça de carro - o acesso à garagem é em frente ao P.S., ambos coexistindo sob um mesmo teto que permite que a fumaça se espalhe igualmente entre lanchonete e hospital - para encontrarmos meu pai. Uma vez com ele, lembramo-nos do bendito atestado. Voltamos e, enquanto esperávamos o documento, presenciamos uma cena que vai nos manter longe dali por mais algumas décadas.

O cara chegou, braços dormentes, dor no peito, sensação estranha na nuca. A mulher do guichê mandou que ele sentasse, pois em breve seria chamado na triagem . Ele acomodou-se na poltrona, apoiou os braços na perna e abaixou a cabeça.

Um tempo depois, chega a acompanhante. Enquanto ela preenchia a papelada, ele estabeleceu uma certa "rotina": lenvantava-se, pegava um copo d'água, ingeria o líquido, ia ao banheiro para cuspí-lo. Já se passavam bem uns dez minutos.

A certa altura, a porta da triagem abriu-se. Ele se levanta, mas o médico chama outra pessoa. A acompanhante continuava a preencher os papéis. Ele olhava em nossa direção - estávamos bem atrás da mulher - com uma cara de sofrimento.

Em uma das idas e vindas do cara ao banheiro, a loira do guichê diz: "ele já foi levado para a triagem". Minha mãe se mete: "não foi não. Foi outro. Ele tá no banheiro." A acompanhante sorri, lágrimas nos olhos, e diz um obrigada baixinho. Quinze minutos.

Em quinze minutos aquela merda de hospital não atendeu um cara que, possivelmente, estava tendo um infarto bem no meio da recepção!

Quando saímos daquele lugar cuja a missão é "superar as expectativas dos clientes, garantindo sua total satisfação", o cara ainda estava lá, sentado na poltrona.

(Leia aqui o relato de meu padrinho sobre a incompentência do hospital Vita, referência em Curitiba)

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Que unanimidade?

O Jornal Nacional fala: a unanimidade da terceira idade é a paixão por Roberto Carlos.

Minha vó, que já se encaixa no grupo de "terceironas", replica: "nunca gostei dele".

No Aurélio, unanimidade é algo relativo a todos, geral.

Esqueceram de perguntar para minha vó: a senhora gosta de Roberto Carlos?

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Inutilidade

Algum filme sobre americanos e samurais está passando na Universal (e não é aquele do Tom Cruise!).

Eu juro... o cara que vai parar na comunidade japonesa é a CARA do Heikki Kovalainen!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Para ficar de olho

Jari-Matti Latvala foi o nome de destaque no rally da Suécia. Com 22 anos, venceu sua primeira prova de WRC, ocupa a segunda colocação no campeonato - empatado com ninguém menos que Sebastien Loeb - e, de quebra, bateu o recorde que pertencia a Henri Toivonen.

Mas outro piloto deixou seu nome na história do rally mundial. Tal qual Sebastian Vettel na fórmula 1, Andreas Mikkelsen tornou-se o piloto mais jovem a pontuar no WRC. Norueguês, tem dezoito e chegou em quinto lugar na Suécia, ficando atrás apenas dos pilotos de grandes equipes (Latvala, Hirvonen, Galli, Solberg).

Seu mentor?

Marcus Groholm.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Dinheiro investido em quê?

Em um dos primeiros posts desse blog falei sobre o tratamento que se dá aos animais domésticos hoje em dia. Na ocasião, comentava uma matéria da revista Época sobre os spas para cachorros.

No dia 20 de janeiro, saiu uma matéria na Folha de São Paulo sobre a expectativa de vida dos cães paulistanos. Três anos. Os cachorros de São Paulo vivem em média três anos.

É pouco, muito pouco. O normal é que ele chegue até pelo menos os seus dez anos.

A causa mortis número é por doenças infecciosas, que atacam filhotes não-vacinados. 35,11%. De velhice, só 5,57%.

Na CartaCapital dessa semana, a sessão Brasiliana surge com uma matéria sobre balada canina. É o seguinte: um Pet Shop da Vila Prudente, Zona Leste de São Paulo, criou uma espécie de danceteria para gatos e cachorros pequenos. São 30 reais por animal, sem consumação, ou 60 com direito a bebes e comes. Por lá circulam bichinhos com seus vestidinhos rosas e lacinhos. Uma das donas dessas dondocas de quatro pernas garante que a ração pesa pouco no orçamento.O que pesa mesmo são os ossinhos, brinquedos, roupinhas e os banhos semanais. Ela termina falando: "quem ama, gasta dinheiro". Suas duas menininhas têm um ano cada uma.

A pesquisa divulgada na Folha não contou os cachorros de rua.

Tenho dois cachorros. Vira-latas, ambos. Não vestem roupa e nem são levados semanalmente para banho no pet shop. Não usam coleira de diamante, strass ou qualquer pedrinha. Comem aqueles ossinhos vendidas em lojas para animais. Comem ração boa, um tipo para cada já que uma é obesa. Estão com a vacinação em dia.

Voltemos para a mocinha com suas duas cachorrinhas, vestidas apropriadamente para a balada. Será que ela, que gasta 200 reais por mês para embonecar seus bichinhos, faz acompanhamento veterinário?

Quando filhote, o cachorro deve tomar três doses da vacina V10. Dentre outras doenças, a V10 protege contra cinomose, parvovirose e hepatite infecciosa. Após as três doses, ela deve ser aplicada uma vez por ano.

O ponto é: as pessoas gastam tubos de dinheiro com seus cachorros nas coisas erradas! Eles estão pouco se fudendo se estão com uma Marc Jacobs for dogs (pelo amor de Deus, diga-me que isso NÃO existe!). Não é a nova linha de coleiras da Tiffany's que vai salvar seu animal na hora que ele tiver uma cinomose por falta de vacinação. A vacina anti-rábica é a que você deve MENOS se importar, por que para ela existem campanhas anuais.

Dá licença! Vá gastar dinheiro com a saúde e bem-estar do seu animal, e não para ter um brinquedo para ficar desfilando por aí!

(Aqui está o link para o primeiro post em que falei sobre isso)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Dakar 2009

Logo que o Dakar 2008 foi cancelado, por todo lado surgia aquela história de mudarem o rally de lugar. Acho que eu era a única estraga prazeres que falava: "ninguém vai transferir o Dakar. Ele simplesmente deixará de existir". E para minha grande surpresa, esse pensamento doía muito. Quer dizer, ele "roubava" meu pai por um mês, não era pra eu ficar feliz que essa prova assassina ia acabar?

Mas parece que, com o passar do tempo, ele apenas vai te conquistando ainda mais. "Um desafio para os que vão, um sonho para os que ficam". Era isso que dizia Thierry Sabine. Acho que nunca vou entender porque, mas essa frase é uma grande verdade.

Talvez seja por toda essa relação de amor e ódio que desenvolvi com essa prova que a notícia dessa segunda tenha me deixado meio sem chão.

O Dakar 2009 (ou a prova que a A.S.O. fará no começo do ano que vem para substituir o Dakar) será entre Argentina e Chile. Ela partirá de Buenos Aires no dia 3 de janeiro e chegará na mesma cidade no dia 18. Aquela idéia estúpida de fazer uma largada simbólica em Lisboa foi descartada.

Muitos torceram para que o percurso passasse pelo Brasil, mas gostei de escolherem nossos hermanos para essa empreitada. Acho que eles merecem muito mais do que a gente (ralizeiros queridos, não me xinguem. Apenas pensem como são as provas de rally aqui e como são lá). Além do mais, todos esqueceram que nós temos uma puta prova que, como disse alguém, esse ano será a maior prova do mundo (ele só perdia para o Dakar).

Porém, ainda não estou totalmente convencida com isso. Será que essa prova será capaz mesmo de substituir um rally de três décadas?

Aliás, continuo a insistir: o Dakar não acabou. A África ainda será sede do maior rally do mundo. Mas daqui há alguns anos nós voltamos nesse assunto.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Desafio dos circuitos

O site F1 Girls Online (http://www.f1girlsonline.com/) está com uma ótimo desafio (aqui). O seu objetivo é identificar geograficamente onde fica cada circuito. São 15 por partida. Ao todo, 66.

Descobri que meu conhecimento dos circuitos do Estados Unidos é péssimo. Até Indianápolis consegui errar!

Também tenho uma grande dificultade de identificar Singapura.

O mais perto que cheguei foi em Mônaco. Foram apenas 34 Km de diferença. Em segundo lugar, Donington Park, com uma distância de 50 Km. O ex-autódromo de Jacarepaguá empatou com Interlagos: uma média de 100 Km de erro.

Na Suécia

Começou assim:

Sebastien Loeb, tetra-campeão do WRC e único não-escandinavo a ganhar o Rally da Suécia - tinha que ser ele, pegou um banco de neve durante a quarta especial do rally e capotou. Fim do primeiro dia (para ele, pelo menos).

Enquanto isso, o jovem finlandês - e você achava que ele seria o quê? - Jari-Matti Latvala (equipe BP Ford) liderava a prova. Em seguida, Henning Solberg, da Stobart Ford (sim! Ele é irmão de Peter). Mikko Hirvonen, penalizado em dez segundos, vinha em terceiro. Também finlandês. Em quarto, Gigi Galli, o italiano voador. Ford, Ford, Ford, Ford.

Loeb voltou para a prova no sábado, mas saiu definitivamente do páreo na terceira especial do dia. Hirvonen assumiu a segunda colocação, Gigi Galli a terceira e, veja!, um Subaru entre os quatro primeiros! (era Peter Solberg, tá?)

Fim do rally.

Latvala, 22 anos, tornou-se o piloto mais jovem a vencer uma prova de WRC, desbancando o lendário Henri Toivonen, morto em 86. Em segundo, Mikko; terceiro, Galli; quarto, Solberg.

Com esse resultado, o jovem Hirvonen deve assumir o campeonato, 6 pontos a frente de Loeb, que vai para o México empatado com Latvala (10 pontos). Gigi Galli passa para a quarta posição, com apenas um ponto de diferença para o tetra-campeão.

Mas ainda temos treze provas pela frente, então podemos esperar Sebastien ganhar pelo menos 50% delas e sagrar-se penta-campeão.

Ou não.

Johnny Depp em Sweeney Todd

Quando falei do Noitão, comentei sobre Johnny Depp interpretando Sweeney Todd. Como o filme estreou nessa sexta, achei que seria legal explicar um pouco mais esse meu ponto de vista.

Adoro Johnny Depp. Considero-o o melhor ator da atualidade. E isso se deve pelo fato de Depp nunca ser Depp nos filmes. Ele é Edward, Willi Wonka, Jack Sparrow, James Matthew Barrie. E é esse o problema de Sweeney Todd.

O filme é fantástico. Merece ganhar o Oscar d Direção de Arte e Figurino. O contraste das cores - o cinza do cenário com o vermelho do sangue -, as músicas (como já disse, adorei a trilha sonora do filme, mesmo que nenhum dos atores possa seguir a carreira musical), a interpretação de Helena Bonham Carter (a mulher de Tim Burton) e de Sacha Baron Cohen (o Borat). Tudo colabora para que o filme seja realmente um sucesso.

Mas Depp... Depp não é Sweeney Todd. Creio que não existe dia ruim para ele. Em qualquer filme ele está bom. Mas quando falamos dele, bom não é o suficiente.

Depp não foi Todd. Depp foi Depp.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

O bi-campeão faz aniversário

Passei uns cinco minutos caçando um antigo post. Achei-o no mês de setembro, dois dias antes do meu aniversário. Nele, falava sobre a aposentadoria de Marcus Gronholm e como, pela primeira vez na vida, torcia pelo finlandês.

O que é estranho, diga-se de passagem. Também já falei aqui que tenho finlandeses como grandes ídolos no esporte a motor, especialmente no rally.

O que importa é que pela primeira vez torci por Marcus Gronholm. Sempre o achei um cara extremamente mal-humorado, e toda aquela rabugentice bastou para que eu criasse um antipatia por ele.

Mas então ele falou que ia se aposentar.

E o que senti por ele naquele dia foi o mesmo que senti por Schumacher quando ele anunciou sua aposentadoria. Ambos dedicaram sua vida ao automobilismo, sagraram-se como grandes pilotos em suas categorias e nem sempre eram muito queridos pelo público (nem por mim, diga-se de passagem). Mas não importa se achávamos os caras um porre. Eles eram grandes e amavam o aquilo que faziam, e por isso já mereciam nossa admiração.

Queria muito que Gronholm conquistasse o tri-campeonato. Da mesma forma que queria que Schumacher se sagrasse octacampeão. A grande ironia é que ambos foram batidos pelos pilotos por quem eu havia torcido nos últimos campeonatos.

Volto a falar de Gronholm pois ontem, dia 5, ele completou 40 anos de vida. Metade desse tempo foi dedicado ao rally.

Pode ser que no próximo dia 5 de janeiro eu não me lembre que ele estará completando 41 anos. E talvez nem sinta mais por não ver seu nome entre os competidores. Mas por ora, sentirei um vazio nas próximas provas do WRC.

E lembrarei que foi ontem que o bi-campeão mundial chegou aos 40 anos de idade.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

O segundo noitão

(a prova de que, depois de encarar doze de War, você ainda consegue escrever)

O combinado foi de nos encontrármos às oito e meia da noite. Sim, o noitão ainda começa a meia-noite. Mas com a pré-estréia de Sweeney Todd (aquele filme do Tim Burton com o Johnny Depp), conclui que o HSBC Belas Artes estaria um pouco lotado.

Pois bem, combinamos às oito e meia.

Cheguei com quinze minutos de atraso. Lívia, Letícia e Lia, meia hora. E Marcus, sendo homem, chegou no horário (ou três minutos antes, como ele fez questão de lembrar).

Caminhamos até o cinema, a calçada da Paulista ainda em reforma. Touché! A fila ainda estava antes das portas de vidro! Compramos os ingressos, encontramos com mais um pessoal da Poli (não necessariamente nessa ordem), e fomos comer.

Quer dizer...

Demora um pouco quando oito pessoas tentam decidir aonde vão comer. Por isso ainda passaram-se uns quinze minutos até seguirmos para o Center 3. "E depois nós passamos na Starbucks, no piso inferior!" Ahan...

Acabamos de comer quando já estavam colocando as cadeiras para cima das mesas. Faltava ainda uma hora e meia para assistirmos "XXY", então decidimos seguir para a Starbucks mais próxima. Aquela que deveria estar na esquina da Alameda Santos com a Bela Cintra, sabe? Não? É, é por que ela não existe.

Subimos de volta para a Paulista, entramos no cinema. Depois de descobrirmos que, sim, Sweeney Todd teria três sessões, criamos uma estratégia de guerra para conseguir assistir aos três filmes da melhor forma possível. O plano consistia no seguinte:

1 - Logo que acabasse "XXY", correríamos para a sala 2, onde passaria "La Comunidad";
2 - isso porque a conclusão foi que, assim que saíssem da sala 4 (a que estávamos), da sala e da sala 2, as pessoas seguiriam para a sala 1, onde passaria Sweeney Todd, o filme mais esperado;
3 - quando saíssemos de "La Comunidad", já estaríamos do lado de Johnny Depp e Tim Burton, enquanto os outros precisariam subiar as escadas.
*
"XXY" é chato. Não sou muito fã desses filmes sem diálogo, sem música, com os sons do ambiente ganhando um enorme destaque. Mas seu enredo é interessante, contando a história de uma garota hermafrodita e a vida de todos que convivem com ela.

O segundo a que assistimos foi "La Comunidad". O destaque foi o susto que Barca deu na Letícia, logo na abertura do filme.

Como programado, Sweeney Todd foi o último. Mesmo assim, conseguimos apenas sete lugares, sendo que precisaríamos de uns quinze. Sim, já éramos um grupo de quinze pessoas.

Como já disse certa vez, muitas vezes aquele filme tão esperado quebra a nossa cara. Com Sweeney Todd foi um pouco isso. Claro que as cenas são muito boas, mas não é a melhor interpretação de Johnny Depp. Quando acabou, Marquinhus até brincou: "prefiro Piratas do Caribe". Mas realmente, a interpretação dele no filme da Disney está muito melhor que nesse. Com exceção de algumas partes, tipo quando miss Lovett canta sobre sua vida com Sweeney. A expressão de Depp está demais!

Qual foi o meu preferido? Poderia dizer que, apesar dos pesares, foi o terceiro filme, pois o primeiro foi chato e o segundo era apenas uma comédia muito bizarra. Mas como disse a uma amigo depois, nenhum deles é daquele "putz! Naquele noitão eu assisti a um filme muito bom!"

(só para constar: gostei da trilha sonora de Sweeney Todd)

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

War

Foram doze horas de jogo.

E só paramos porque Napoleão entregou os pontos.

"Dakar Series - act I"

O último post de janeiro foi uma espécie de pot-pourri dos três comunicados enviados pela Amaury Sport Organisation. Em comum, a possibilidade de uma nova prova. Na última carta, enviada no final do mês passado aos competidores, falavam que uma grande surpresa nos esperava no dia quatro de fevereiro.

A grande novidade talvez não seja bem o que nós esperávamos. Não foi anunciada nenhuma prova pela América do Sul, tampouco pelo Brasil. O tão esperado próximo passo da A.S.O. foi a criação do "Dakar Series", uma espécie de certificado que garante que a prova possui a mesma organização, segurança e mídia que o Rally Dakar. A primeira anunciada foi o Central Europe Rally 2008, que passará pela Hungria e Romênia.

De acordo com o comunicado, esse "selo" seria lançado apenas no ano que vem. O Dakar 2009, por sua vez, deve ser lançado oficialmente nas próximas semanas.

Na última sexta, um novo ataque terrorista aconteceu em Nouakchott, capital da Mauritânia.

(esqueci de colocar a data da prova. Será entre os dias 20 e 26 de abril desse ano).

Eternal sunshine of the spotless mind

Sobre o Noitão, acompanhe a programação desse blog.

Falar sobre um filme deve ser uma das coisas mais ingradas para se fazer (com perdão aos críticos de cinema). Ou talvez eu fale isso apenas porque não nasci com mesmo dom que esses seres que conseguem fazer isso. Ou ainda, talvez eu apenas esteja fazendo isso da maneira errada.

Uma professora da faculdade falou que, em um filme, não devemos apenas prestar atenção no enredo. Devemos pensar na sua forma, na fotografia, na luz, como ele foi feito.

Muitos filmes a que eu tenho assistido se tratam disso. Paranoid Park, por exemplo. A forma como ele é construído É o filme.

E então vamos para "Brilho eterno de uma mente sem lembranças".

Não, não vamos.

Pois esse é o problema.

Não existe como descrever o filme sem que ele perca pelo menos metade de seu brilhantismo. É como a dublagem. Quando você dubla um filme, metade da atuação dos atores se perde (lembre-se de harry Potter e a pedra filosofal, quando Daniel Radcliffe grita "Don't movie" e o dublador diz um "não se mexa" de dar risada).

Suas falas são memoráveis ("hoje é um feriado criado pelas companhias de cartões para fazer com que as pessoas sintam-se como merda"). Seu formato lembra muito àquele de Paranoid Park. A história caminha aos poucos, de uma forma não-linear, e só com o tempo você consegue perceber algumas coisas.

A atuação de Jim Carrey em nada lembra Ace Ventura. Entende o que eu digo? O cara está realmente BOM nesse filme. MUITO bom.

Bernardo Krivochein falou algo que achei o máximo sobre o filme: " Não é aquele filme que te faz se acabar de chorar dentro do cinema; ele te acompanha até em casa, dorme contigo e ainda te leva café na cama a semana inteira". E é isso. Ele fica. E fica. E fica. Você não consegue simplesmente deixá-lo na cadeira no cinema. Mas ele também não tem incomoda, daquele tipo que, como diz minha vó, você fica arrasada depois. Ele faz com que você sinta saudades ao pensar nele. Igual aquela que você sente daquele amigo querido que mora longe. Sabe?

(breve momento em que eu estou pescando, pensando em como eu vou conseguir conhecer o Heikki Kovalainen esse ano... de vez em quando eu penso umas coisas nada a ver, e daí?)

"Brilho eterno..." é isso. Ele te dá saudades. E ele meio que te fala: "tudo o que você viveu não foi em vão. Não queira apagar nada de suas lembranças. Você só é o que você é por causa de cada momento que você viveu em sua vida. Os bons e os maus. Tentar apagá-los é a pior coisa que você pode fazer".

"Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena".

Assista "Brilho eterno de uma mente sem lembranças". Vale a pena.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Como viver sem essa informação?

Está no G1: Californiano vence concurso de comedores de asas de galinhas.

O autor dessa façanha é Joey Chestnut. O cara comeu 241 asinhas de galinha e, pelo que parece, não é a primeira vez que recebe esse glorioso título.

Você conseguiria viver sem saber disso?

"Tchipá"

Quando eu era criança - não tinha nem oito anos -, além de querer conciliar minhas carreiras de atriz, bailarina, veterinária, advogada e escritora, tinha o sonho de visitar o Beto Carrero World. Minha mãe falava que era muito longe e pra mim, naquela época, Santa Catarina era mesmo muito longe - imagine, tinha-se de atravessar o Paraná inteiro para chegar ao estado catarinense!

Lembrei-me de tudo isso quando hoje, às seis e meia da manhã, ouço no rádio a notícia de que Beto Carreiro morreu. Foi um balde de água fria.

E, depois de descobrir que a aula de história comtenporânea não vai ser fácil de entender - o professor é um correspondente alemão - e de pedir dinheiro no farol, mais uma coisa me chocou. Beto Carreiro não tinha, como eu imaginava, mergulhado no poço do juventude e permanecido quarentão pelo resto da vida.

João Batista Sérgio Murad completou setenta anos no dia nove de setembro de dois mil e sete.